Bolívia condena ações dos EUA contra Venezuela como hostilidade e 'pirataria descarada'

O presidente Luis Arce expressou solidariedade a Maduro e defendeu a América Latina e o Caribe como zona de paz, criticando sobrevoos de caças americanos como violação do direito internacional.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, condenou na sexta-feira (3) a "posição hostil" dos Estados Unidos em relação à Venezuela. Em postagem em sua página no X , ele afirmou que o sobrevoo de pelo menos cinco caças americanos perto da costa venezuelana viola o direito internacional e comparou a ação à recente presença de navios dos EUA no Mar do Caribe, justificada por Washington como parte da luta contra o tráfico de drogas.

Arce manifestou solidariedade ao presidente Nicolás Maduro e ao povo venezuelano, classificando a política americana como "pirataria descarada" com objetivo de se apossar do petróleo venezuelano. Ele enfatizou que a América Latina e o Caribe devem permanecer uma zona de paz.

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, denunciou na quinta-feira (2) que pelo menos cinco aviões de combate F-35 dos EUA sobrevoaram águas do Mar do Caribe próximas às costas do país. O ministro advertiu que tais ações "não intimidarão o povo da Venezuela".

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela condenou o incidente e exigiu que o Secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, "cessasse imediatamente sua postura imprudente, aventureira e belicosa, que visa minar a zona de paz na América Latina e no Caribe e ameaça a estabilidade regional".

Além disso, o presidente Maduro anunciou para o sábado exercícios militares "organizacionais especiais", com participação das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas e da Milícia Bolivariana, como preparação para uma possível ameaça militar dos EUA. A representação venezuelana na ONU também enviou uma queixa oficial ao embaixador russo Vasily Nebenzia, presidente do Conselho de Segurança, sobre o episódio.