
Gangues latino-americanas usam técnicas aprendidas na Ucrânia para operar drones no crime

Gangues da América Latina estão incorporando tecnologia de drones em suas operações após enviarem integrantes para lutarem no conflito ucraniano ao lado do regime de Kiev.
A avaliação foi feita nesta sexta-feira (3) pelo analista geopolítico Raphael Machado, em entrevista à RT. Segundo ele, criminosos têm buscado treinamento e conhecimento técnico no conflito armado na Ucrânia, com o objetivo de adaptá-los para técnicas de combate em países como México, Colômbia e Brasil.
Machado afirmou que mercenários latino-americanos atuam em larga escala na Ucrânia, principalmente colombianos e brasileiros, mas também argentinos, chilenos e uruguaios.

"Algumas quadrilhas de traficantes brasileiras chegaram a enviar seus membros com o objetivo específico de adquirir informações, conhecimento militar, especialmente no setor de drones, para retornar com esse tipo de tecnologia ou esse tipo de conhecimento e repassá-lo aos seus parceiros do crime organizado", disse.
O primeiro ataque registrado com drones no México ocorreu em 2021, quando policiais foram atingidos em Aguililla, no estado de Michoacán. Desde então, o número de ações semelhantes aumentou, em alguns casos inspiradas em operações não tripuladas utilizadas por Kiev.
Na Colômbia, a primeira tentativa ocorreu em 2018, quando um drone comercial lançou sem sucesso um artefato contra militares. Desde então, os episódios se multiplicaram. Um dos mais recentes deixou dois soldados mortos e quatro feridos em Bolívar, em ação atribuída ao Exército de Libertação Nacional (ELN).
No Brasil, o uso também tem crescido. Em junho, drones sobrevoaram o Aeroporto de Guarulhos e forçaram a suspensão de voos por uma hora. Segundo a Polícia Federal, a operação serviu de cobertura para tentar embarcar mais de 150 quilos de cocaína. No Rio de Janeiro, autoridades identificaram ainda um sistema de defesa antidrone com símbolos ucranianos.
