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Fazendeiros dos EUA sofrem com queda nas exportações de soja sem China como compradora

Setor busca novos mercados, mas alternativas ainda não compensam ausência chinesa.
Fazendeiros dos EUA sofrem com queda nas exportações de soja sem China como compradoraGettyimages.ru / Patrick Bennett

Pela primeira vez em mais de 20 anos, a China não comprou soja da safra de outono dos Estados Unidos, informou a agência Reuters nesta sexta-feira (3). Sem o principal cliente, que no ano passado respondeu por 45% das exportações americanas, agricultores têm sido obrigados a armazenar grãos enquanto aguardam por preços melhores.

A guerra comercial entre Washington e Pequim encareceu a soja americana, levando importadores chineses a preferirem fornecedores da América do Sul. O impasse derrubou as exportações dos EUA em 39% no volume e 51% no valor entre janeiro e julho, segundo dados oficiais.

No estado de Illinois, maior produtor e exportador do país, produtores enfrentam perdas estimadas em até R$360 por acre, de acordo com cálculos da Universidade de Illinois.

"A frustração é enorme", disse Caleb Ragland, fazendeiro de Kentucky e presidente da American Soybean Association.

Para tentar reduzir os prejuízos, representantes do setor e do governo norte-americano têm buscado abrir mercados alternativos. Missões comerciais foram realizadas para países como Vietnã, Nigéria e Bangladesh. Ainda assim, o volume negociado com esses destinos é considerado pequeno diante da demanda chinesa.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o governo anunciará na próxima semana medidas de apoio aos agricultores. Já o presidente Donald Trump declarou em rede social que a soja será um dos temas centrais em sua próxima reunião com o líder chinês Xi Jinping.

Com mais de 1,4 bilhão de habitantes e o maior rebanho de suínos do mundo, a China continua sendo vista como insubstituível no mercado global de soja, respondendo por mais de 60% das importações mundiais nos últimos cinco anos.