Petro confronta posição dos EUA na ONU e critica interferência em processo de paz na Colômbia

Após declaração de diplomata norte-americano, presidente diz que Bogotá não aceita ingerência e liga postura à guerra em Gaza.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, usou as redes sociais para reagir às críticas feitas pelos Estados Unidos durante sessão do Conselho de Segurança da ONU.

Petro declarou que a política de paz do país é soberana e que não será tutelada por organismos internacionais. Ele também acusou Washington de usar o tema para pressionar uma mudança na posição do governo colombiano sobre o conflito em Gaza.

"O Conselho de Segurança não tutela nossa política de paz. Esta é soberana", escreveu Petro. Segundo ele, por declaração unilateral do Estado colombiano, o órgão da ONU apenas acompanha o processo de paz com as FARC, o qual, segundo o presidente, está sendo cumprido.

A publicação ocorreu em resposta à fala do representante dos Estados Unidos na ONU, que afirmou que "o governo da Colômbia atual continua com a polarização e enfraquece o progresso para alcançar uma paz sustentada", durante a apresentação do relatório trimestral da Missão de Verificação da implementação do acordo de paz.

Na mesma mensagem, Petro pediu ao governo dos EUA que não interfira na política interna da Colômbia. "Solicito respeitosamente ao governo dos Estados Unidos que não se intrometa na política interna da Colômbia". 

O presidente colombiano também acusou Washington de adotar uma "posição errada" sobre temas como narcotráfico, tráfico de pessoas e o processo de paz com as FARC.

Segundo ele, a intenção norte-americana seria alterar a posição da Colômbia sobre Gaza. "O que acontece em Gaza é um genocídio e os que o cometem devem ser julgados como foram julgados os genocidas nazistas em Nuremberg".