Cientistas da Universidade de Kunming, na China, concluíram que o uso prolongado de celular está associado ao aumento do risco de glaucoma, revela estudo. A pesquisa cruzou dados sobre tempo de uso de celulares da UK Biobank com registros de glaucoma do projeto FinnGen, para investigar a relação entre os hábitos de tela e a probabilidade de desenvolver a doença.
O que é glaucoma?
O glaucoma é um conjunto de doenças oculares que causa perda de visão ao afetar o nervo óptico, levando à morte das células da retina. Embora esteja geralmente ligado à pressão intraocular elevada, isso não ocorre em todos os casos, o que dificulta o diagnóstico.
A doença é uma das principais causas de cegueira no mundo. Estimativas indicam que até 2040 mais de 100 milhões de pessoas estariam afetadas.
Nos estágios iniciais, o glaucoma pode causar até 40% de perda da visão. Idosos estão entre os mais vulneráveis.
Qual é a contribuição do celular?
O estudo aponta fatores ligados ao uso de celular que podem favorecer o desenvolvimento do glaucoma. O primeiro é a luz azul emitida pelas telas, que pode provocar danos às células da retina e aumentar o risco da doença.
O uso do aparelho também está associado ao aumento da pressão intraocular em pessoas saudáveis e em pacientes já diagnosticados, devido à concentração prolongada nos dispositivos e à postura adotada durante o uso. Esses fatores contribuem para o estreitamento da pupila, que eleva a pressão nos olhos.
A miopia, já comprovadamente associada ao uso de celulares em ambientes pouco iluminados, também aumenta a probabilidade de desenvolver glaucoma. Alterações na forma do globo ocular elevam esse risco.
O estudo ressalta ainda que o uso de celular em locais escuros é especialmente prejudicial. O tamanho e a intensidade da tela também podem influenciar o nível de esforço ocular e, consequentemente, a pressão intraocular.