"Meu cachorro não me dá conselhos e está vivo": Alberto Fernández rebate os insultos de Milei
!["Meu cachorro não me dá conselhos e está vivo": Alberto Fernández rebate os insultos de Milei](https://mf.b37mrtl.ru/brmedia/images/2024.04/thumbnail/662a7c7ebbc5c6680d0415b8.jpg)
O ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, respondeu aos insultos do atual mandatário do país, Javier Milei, que o chamou de "fantoche" e "atrevido".
"Vocês ouviram o que ele disse sobre o fantoche? Fizemos um ajuste de 7 pontos do PIB [Produto Interno Bruto] e esse atrevido diz que foi insignificante", disse Milei, referindo-se a Fernández, durante sua participação na gala anual da Fundación Libertad na quarta-feira, conforme citado pelo jornal Perfil.
Em réplica, Fernández respondeu em um post em sua conta no X: "Se o presidente se referiu a mim como um 'fantoche', quero dizer a ele que não sou, não fui e não serei um".
"Ele também deve saber que meu cachorro não me aconselha (e está vivo), que as 'forças do céu' não me enviam sinais e que minhas ações e reações são o resultado de reflexão e não de alterações psicológicas", disse o ex-presidente, em uma clara zombaria a Milei, referindo-se aos rumores de que ele se comunica com Conan, seu animal de estimação morto.
Si el presidente se refirió a mí llamándome “títere” quiero decirle que no lo soy, no lo fui ni lo seré. También debe saber que mi perro no me aconseja (y está vivo), que las “fuerzas del cielo” no me mandan señales y que mis acciones y reacciones son el resultado de la reflexión… https://t.co/pRLioLwfOH
— Alberto Fernández (@alferdez) April 25, 2024
Fernández ainda deixou claro para Milei que ele "não disse que seu ajuste é insignificante. Seu ajuste é desumano, brutal e fundamentalmente desnecessário. O que é insignificante é o falso resultado fiscal que o senhor diz ter alcançado com esse ajuste e que tornou público em uma lamentável cadeia nacional".
Além disso, o ex-mandatário ironizou seu temor de que "o presidente continue a ser informado pelo Jumbo bot", lembrando quando Milei e o ministro da Economia, Luis Caputo, citaram uma conta falsa para falar sobre uma suposta deflação.
Fernández continuou explicando que o programa acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) "estabelecia que em 2023 o Estado Nacional deveria refletir um déficit de 1,9%", mas, finalmente, "como consequência da seca e seus efeitos na economia, o déficit fiscal foi de 2,7%", o que significa — acrescentou — "que o desvio do programa foi de 0,8" pontos percentuais.
"Nesse cenário, em que a indústria crescia, o desemprego era o mais baixo dos últimos 38 anos, as obras públicas geravam desenvolvimento, a saúde, a educação e a ciência, e tecnologia eram financiadas pelo Estado e lideradas por pessoas experientes nessas áreas, não houve hiperinflação de 15.000%, como ele disse quando assumiu o cargo, nem o déficit foi de 15%, como ele disse antes, ou de 5%, como ele disse agora", afirmou Fernández.
"Chega de mentiras, Presidente. Já foi provado que as mentiras têm pernas curtas", concluiu.