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"Meu cachorro não me dá conselhos e está vivo": Alberto Fernández rebate os insultos de Milei

O atual presidente argentino chamou seu antecessor de "fantoche" e "atrevido".
"Meu cachorro não me dá conselhos e está vivo": Alberto Fernández rebate os insultos de MileiLegion-media.ru / Fernando Gens/Dpa

O ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, respondeu aos insultos do atual mandatário do país, Javier Milei, que o chamou de "fantoche" e "atrevido".

"Vocês ouviram o que ele disse sobre o fantoche? Fizemos um ajuste de 7 pontos do PIB [Produto Interno Bruto] e esse atrevido diz que foi insignificante", disse Milei, referindo-se a Fernández, durante sua participação na gala anual da Fundación Libertad na quarta-feira, conforme citado pelo jornal Perfil.

Em réplica, Fernández respondeu em um post em sua conta no X: "Se o presidente se referiu a mim como um 'fantoche', quero dizer a ele que não sou, não fui e não serei um".

"Ele também deve saber que meu cachorro não me aconselha (e está vivo), que as 'forças do céu' não me enviam sinais e que minhas ações e reações são o resultado de reflexão e não de alterações psicológicas", disse o ex-presidente, em uma clara zombaria a Milei, referindo-se aos rumores de que ele se comunica com Conan, seu animal de estimação morto.

Fernández ainda deixou claro para Milei que ele "não disse que seu ajuste é insignificante. Seu ajuste é desumano, brutal e fundamentalmente desnecessário. O que é insignificante é o falso resultado fiscal que o senhor diz ter alcançado com esse ajuste e que tornou público em uma lamentável cadeia nacional".

Além disso, o ex-mandatário ironizou seu temor de que "o presidente continue a ser informado pelo Jumbo bot", lembrando quando Milei e o ministro da Economia, Luis Caputo, citaram uma conta falsa para falar sobre uma suposta deflação.

Fernández continuou explicando que o programa acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) "estabelecia que em 2023 o Estado Nacional deveria refletir um déficit de 1,9%", mas, finalmente, "como consequência da seca e seus efeitos na economia, o déficit fiscal foi de 2,7%", o que significa — acrescentou — "que o desvio do programa foi de 0,8" pontos percentuais.

"Nesse cenário, em que a indústria crescia, o desemprego era o mais baixo dos últimos 38 anos, as obras públicas geravam desenvolvimento, a saúde, a educação e a ciência, e tecnologia eram financiadas pelo Estado e lideradas por pessoas experientes nessas áreas, não houve hiperinflação de 15.000%, como ele disse quando assumiu o cargo, nem o déficit foi de 15%, como ele disse antes, ou de 5%, como ele disse agora", afirmou Fernández.

"Chega de mentiras, Presidente. Já foi provado que as mentiras têm pernas curtas", concluiu.