Notícias

Putin: 'A Rússia tem confiança em seu escudo nuclear'

Presidente russo apontou que o país possui mais armas táticas do que os EUA, muito mais potentes.
Putin: 'A Rússia tem confiança em seu escudo nuclear'Sputnik / Vladimir Astapkovich

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assegurou nesta quinta-feira (2) que Moscou "tem confiança em seu escudo nuclear" e pontuou que possui mais armas nucleares táticas do que os Estados Unidos, inclusive muito mais potentes do que as lançadas sobre o Japão. A declaração ocorreu durante discurso no 22º Fórum Internacional de Discussões Valdai, na cidade russa de Sochi.

"Temos confiança em nosso escudo nuclear, sabemos o que fazer amanhã e depois de amanhã", afirmou.

Putin apontou que Moscou também possui armas hipersônicas, como o míssil Kinzhal, assim como inúmeros sistemas de armas modernos de alta tecnologia, como os mísseis Oreshnik.

"Podemos obter outros sistemas. Não nos esquecemos de nada do que havíamos planejado, o trabalho está em andamento e haverá resultados", declarou.

Tratado de Redução de Armas Estratégicas

O presidente russo fez as afirmações enquanto comentava sobre as discussões com os Estados Unidos sobre a prorrogação do Tratado de Redução de Armas Estratégicas, indicando preocupação sobre o que aconteceria se Washington se negasse a prolongar a vigência do documento.

"Há um tempo, [a Rússia] apresentou o que considero uma iniciativa muito importante de prorrogar por um ano o acordo de armas estratégicas com os EUA. […] Se a Administração estadunidense aceitar nossa proposta, o que ocorrerá? Dentro de um ano? Eu sei. Mas o que acontecerá depois? Além disso, é difícil dizê-lo. O diálogo não é fácil", afirmou o presidente.

Putin disse ainda que se Washington decidir que não precisa do tratado, então Moscou também não precisa. O presidente afirmou que a Rússia está disposta a trabalhar com os EUA para desenvolver um novo acordo, ao mesmo tempo que pontuou a importância do tratado atual.

  • O Tratado de Redução de Armas Estratégicas foi assinado pela Rússia e pelos EUA em 8 de abril de 2010 e prorrogado sem condições prévias por mais cinco anos em fevereiro de 2021. Nos termos do acordo, as partes se comprometeram a reduzir suas forças nucleares para 700 veículos de lançamento, 1.550 ogivas nucleares e 800 lançadores.

  • No entanto, em fevereiro de 2023, Moscou suspendeu sua participação no pacto, alegando que Washington "destruiu a base legal em matéria de controle de armas e segurança" ao colocar a infraestrutura militar da OTAN em ação contra a Rússia.

  • Ao mesmo tempo, a Rússia sempre declarou que tem a intenção de cumprir as restrições previstas dentro do prazo de vigência do acordo.

Saiba mais sobre o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares em nosso artigo.