
Brasil acusa Israel e exige garantias após ataque a flotilha com brasileiros no Mediterrâneo

O governo brasileiro condenou oficialmente a interceptação de embarcações da "Flotilha Global Sumud" pela Marinha de Israel, ação que resultou na detenção de civis, entre eles cidadãos brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
O Itamaraty classificou o episódio como uma violação de direitos e alertou que cabe a Israel garantir a integridade física dos detidos.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (1º), o Ministério das Relações Exteriores afirmou que acompanha "com preocupação" a operação israelense, lembrando que as embarcações estavam em águas internacionais e que a missão humanitária tinha caráter pacífico.
"O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica", declarou o Itamaraty. O texto ressalta ainda que, diante da detenção dos nacionais, "passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas".
O Brasil reiterou o apelo pelo "levantamento imediato e incondicional de todas as restrições israelenses à entrada e distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza", destacando que Israel, na condição de potência ocupante, tem obrigações claras sob o direito internacional humanitário.

A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com as autoridades israelenses para prestar a assistência consular devida, conforme previsto na Convenção de Viena sobre Relações Consulares.
A "Flotilha Global Sumud" é uma ação internacional organizada por movimentos civis que buscam romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza. As embarcações partiram em direção ao território palestino transportando suprimentos e mensagens de solidariedade, em protesto contra as restrições israelenses.
A repercussão chegou também ao Congresso Nacional. No plenário da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Hugo Motta, afirmou que foi surpreendido com a notícia da detenção da parlamentar.
"Liguei para o chanceler Mauro Vieira solicitando todo o apoio do Itamaraty, no contato com as autoridades israelenses, visando que a deputada Luizianne possa ter as suas prerrogativas, enquanto parlamentar, respeitadas, bem como os direitos dos demais brasileiros, que também estão passando por esse momento que a deputada está vivenciando", afirmou Motta.
