Aliado de Milei é escondido em campanha política após elo com acusado de narcotráfico

A menos de um mês das eleições legislativas na Argentina, o governo do presidente Javier Milei passou a restringir a exposição pública de seu principal candidato, o deputado José Luis Espert, após a revelação de seus vínculos com um argentino preso no país e requisitado por extradição por tráfico de drogas e fraude. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (1º).

Documentos de um tribunal do Texas revelaram que um fundo administrado por Federico Machado transferiu US$ 200 mil dólares para Espert em 2020. A relação também inclui uma viagem do deputado em um jato particular de Machado em 2019, durante sua campanha presidencial.

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Machado é acusado pela Justiça norte-americana de chefiar uma rede internacional de tráfico de entorpecentes, aplicação de golpes milionários e lavagem de dinheiro. Preso na Argentina em abril de 2021, ele atualmente cumpre prisão domiciliar.

Em resposta às investigações, o presidente Milei classificou o caso como uma manobra do kirchnerismo para desestabilizar seu governo na reta final da campanha eleitoral. Milei comparou a situação a denúncias anteriores envolvendo sua irmã, publicadas antes dos comícios provinciais de setembro.

A situação de Espert gera embates internos na coalizão La Libertad Avanza, onde o deputado enfrenta um pedido de destituição da presidência da Comissão de Orçamento e Finanças. Apesar da pressão, não há planos para sua renúncia à candidatura pela província de Buenos Aires.

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Estrategistas do partido avaliam que o estilo combativo de Espert pode alienar eleitores de baixa e média renda. O temor, diz o jornal, é que as acusações interfiram na narrativa de combate à corrupção e na segurança, pilares centrais da plataforma de Milei.

Enquanto isso, Espert mantém sua agenda de campanha e alega ser vítima de uma operação política kirchnerista. O ativista peronista Juan Grabois ingressou com uma ação na Justiça argentina para investigar o recebimento dos valores apontados pela Justiça dos EUA.

Com o risco de as investigações avançarem ou novas denúncias emergirem, o partido do governo planeja remover Espert de atos públicos de campanha.