Influenciadores digitais nos EUA recebem até US$ 7 mil por postagem pró-Israel - Imprensa

O contrato da Bridges Partners prevê US$ 900 mil para a campanha, incluindo custos de produção e repasses aos influenciadores digitais.

Israel tem financiado influenciadores digitais nos Estados Unidos com pagamentos de até 7 mil dólares por postagem (aproximadamente R$ 37.300, em cotação atual) em uma estratégia para melhorar a imagem do país entre o público americano nas redes sociais. A informação foi divulgada pelo jornal Responsible Statecraft na última terça-feira (30).

Em uma reunião na sexta-feira (26) dedicada a fortalecer a atuação da mídia pró-Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu destacou a importância dessa frente digital.

"Temos que revidar. Como revidamos? Nossos influenciadores. Acho que vocês também deveriam conversar com eles, se tiverem oportunidade; para essa comunidade, eles são muito importantes", afirmou.

Documentos apresentados sob a Lei de Registro de Agentes Estrangeiros dos Estados Unidos mostram que a empresa Bridges Partners LLC foi contratada para coordenar uma rede de influenciadores em uma iniciativa batizada de "Projeto Esther".

O grupo, formado por 14 a 18 influenciadores, deve produzir entre 75 e 90 postagens em plataformas como TikTok e Instagram*, com cada publicação podendo render entre US$ 6.100 e US$ 7.300, considerando repasses e custos adicionais do projeto.

A Bridges Partners enviou faturas ao Havas Media Group Germany detalhando US$ 900 mil (aproximadamente R$ 4.827.600 - quatro milhões, oitocentos e vinte e sete mil e seiscentos reais, em cotação atual) para a "Campanha de Influenciadores", com início em junho e término previsto para novembro de 2025, sendo cerca de meio milhão de dólares destinados diretamente aos influenciadores entre junho e setembro deste ano.

Fundada por Yair Levi e Uri Steinberg, a Bridges Partners contou com a colaboração de um ex-porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) e de um ex-representante da polêmica empresa israelense de spyware NSO Group. A empresa descreve seu trabalho como auxiliar na "promoção do intercâmbio cultural entre os Estados Unidos e Israel".

*Classificada na Rússia como organização extremista, cujas redes sociais são proibidas em seu território.