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Itália abandona flotilha humanitária a Gaza em momento crítico

Navio militar italiano deixa de acompanhar missão internacional quando a "Global Sumud" se aproxima do bloqueio israelense, deixando ativistas expostos.
Itália abandona flotilha humanitária a Gaza em momento críticoGettyimages.ru / Ognjen Markovic/Anadolu

A Itália informou, nesta terça-feira (30), que suas forças militares deixarão de acompanhar a flotilha internacional "Global Sumud", que tem como objetivo entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, expondo os ativistas a possíveis ataques de Israel

A decisão deve ocorrer quando a missão humanitária estiver a cerca de 278 km (150 milhas náuticas) da costa do enclave palestino, segundo o Ministério da Defesa italiano. Assim, o navio militar do país acompanhará a flotilha apenas até áreas consideradas de menor risco.

A flotilha é composta por mais de 40 embarcações civis e cerca de 500 pessoas, incluindo parlamentares, advogados e a ativista climática sueca Greta Thunberg, e busca romper o bloqueio israelense ao território palestino.

Inicialmente, a Itália havia reforçado a presença no Mediterrâneo Oriental enviando um navio militar para acompanhar a missão. Na ocasião, o ministro da Defesa, Guido Crosetto, chegou a afirmar que a ação era "um ato de humanidade" e "um dever de um Estado para com seus cidadãos".

O governo italiano chegou a sugerir que a ajuda fosse descarregada em um porto em Chipre, evitando possíveis confrontos com Israel, mas os representantes da flotilha rejeitaram a proposta.

"Reiteramos: a flotilha segue em frente. A marinha italiana não vai impedir esta missão. A demanda humanitária de romper o bloqueio não pode ser levada de volta ao porto", declarou a organização.

Maria Elena Delia, porta-voz italiana da flotilha, afirmou que os ativistas se preparam para uma possível intervenção israelense nas próximas horas. "Israel provavelmente vai nos atacar esta noite, porque todos os sinais indicam que isso acontecerá", disse em vídeo publicado nas redes sociais.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, pediu que a missão fosse suspensa, afirmando que a ação poderia prejudicar os esforços de paz relacionados à proposta de 20 pontos do presidente dos EUA, Donald Trump. Enquanto isso, autoridades israelenses declararam que qualquer tentativa de violar o bloqueio será considerada provocação, classificando a missão humanitária como "terrorista".