Exportações argentinas de soja para a China disparam e geram preocupação nos EUA

Os pedidos de exportação de soja da Argentina atingiram o maior nível em sete anos neste mês, com importadores chineses comprando milhões de toneladas da cultura durante uma breve suspensão de impostos de exportação, informou o South China Morning Post nesta terça-feira (30).
Segundo o veículo, o fato aprofundou as divisões do governo Trump em relação aos laços mais estreitos do presidente argentino Javier Milei com Pequim e ao que muitos republicanos veem como "um golpe direto aos agricultores americanos".
Laços financeiros com Pequim
Na semana passada, o governo Trump aprovou um pacote financeiro de US$ 20 bilhões para a Argentina, com o objetivo de estabilizar o peso e fortalecer as reservas do país. Contudo, a liberação desses recursos está condicionada à redução dos vínculos financeiros com a China, incluindo o fim da linha de swap cambial de US$ 18 bilhões entre Buenos Aires e Pequim.
Washington considera essa linha de swap um risco estratégico, pois acredita que ela concede vantagem à China sobre as reservas argentinas e aumenta sua influência na América do Sul.
Recentemente, Buenos Aires suspendeu temporariamente os impostos de exportação sobre soja, milho, trigo e seus derivados para acelerar as vendas externas e captar divisas diante da desvalorização do peso. Os tributos, que chegavam a 26% sobre a soja e 24,5% sobre o óleo e farelo de soja, foram zerados, resultando em US$ 7 bilhões em vendas declaradas em apenas dois dias.
