O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada na segunda-feira (29), que Lula não permitirá ser humilhado em um possível encontro presencial com Donald Trump.
As negociações entre Brasil e Estados Unidos avançam para viabilizar essa reunião, após sinalização positiva de Trump durante a Assembleia-Geral da ONU.
Apesar do histórico de embates entre Trump e outros líderes mundiais, Amorim garantiu que "Lula jamais se deixará humilhar por Trump. Essa possibilidade não existe, pode tirar da cabeça". O encontro deve ocorrer em outubro, possivelmente na Malásia, durante a cúpula da ASEAN, mas data e local ainda não foram confirmados.
O assessor destacou que o governo americano não se opõe a uma conversa telefônica prévia ao encontro presencial, ressaltando a importância de reconhecer o Brasil como um parceiro relevante. Amorim também comentou que, apesar das críticas duras no discurso oficial de Trump, o contato pessoal entre os dois presidentes pode ser positivo e mudar o rumo das relações.
Plano de Trump para Palestina
Sobre o plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentado por Trump, Amorim expressou esperança de que isso contribua para a criação de um Estado palestino, defendendo a solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.
"O Brasil quer uma solução de dois Estados, com palestinos vivendo lado a lado e em paz com israelenses, e acredito que muitas pessoas dentro de Israel também têm essa visão, de que é preciso respeitar os direitos dos palestinos", afirmou.