O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira (29) que ainda não há uma data ou formato definido para o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No entanto, ele classificou a possível reunião como um "passo significativo" para destravar negociações relacionadas às tarifas comerciais impostas por Washington.
Durante entrevista à rádio CBN, Alckmin destacou que há otimismo no governo brasileiro após a manifestação de Trump na Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada na semana passada, em Nova York. Na ocasião, o presidente norte-americano mencionou ter conversado com Lula e disse que ambos concordaram em se reunir "em breve" para tratar do tema.
"Estamos esperançosos", disse Alckmin, reforçando que o diálogo direto entre os dois líderes pode acelerar soluções para impasses tarifários.
Segundo o vice-presidente, os Estados Unidos já eliminaram tarifas sobre a celulose e o ferro-níquel brasileiros, o que favoreceu as exportações nacionais desses produtos, que somam 1,7 bilhão de dólares (R$ 8,75 bilhões aproximadamente).
Ele também ressaltou que o Brasil não representa um problema para os norte-americanos, lembrando que é um dos poucos países com os quais os EUA mantêm superávit comercial.
Ao comentar a relação entre os chefes de Estado, Alckmin mencionou a fala sobre a existência de uma "química" entre Lula e Trump e disse esperar avanços após um possível encontro entre os dois.
Além das questões tarifárias, Alckmin também defendeu mudanças na metodologia de cálculo da taxa Selic, citando o modelo norte-americano que exclui alimentos e petróleo da inflação. Para ele, o aumento dos juros não soluciona efeitos externos à política monetária, como desastres naturais ou conflitos armados.
No cenário internacional, o vice-presidente apontou avanços do Brasil na formalização de novos acordos de livre comércio. Entre eles, destacou o pacto já firmado com Singapura, a iminência de um acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) e a expectativa de assinatura do tratado entre o Mercosul e a União Europeia até o fim de 2025, apesar da resistência de setores agrícolas na França.