A Rússia nunca teve, nem tem, intenção de atacar a OTAN ou a União Europeia (UE), declarou neste sábado (27) o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU.
"Reiteradamente propusemos às capitais da OTAN que respeitassem seus compromissos e acordassem garantias de segurança juridicamente vinculantes. Nossas propostas foram ignoradas e continuam sendo ignoradas'', observou o alto diplomata no plenário principal, em Nova York.
Ele ressaltou que, apesar das acusações cada vez mais frequentes de que a Rússia planeja usar a força contra a OTAN e a UE, elas já foram "repetidamente desmentidas" pelo presidente Vladímir Putin: "A Rússia nunca teve, nem tem, tais intenções", reiterou.
''Repelida com firmeza''
O chanceler russo advertiu, no entanto, que qualquer agressão contra seu país "será repelida com firmeza".
"Disso, não deveria haver dúvida alguma para aqueles que, na OTAN e na UE, não apenas convencem seus eleitores da inevitabilidade da guerra com a Rússia e os obrigam a apertar o cinto, mas também anunciam abertamente preparativos para um ataque à nossa província de Kaliningrado e a outros territórios russos", acrescentou Lavrov.
Ilusão europeia
Além disso, Lavrov denunciou que a Europa, obcecada com o ''objetivo utópico'' de inflingir uma derrota estratégica contra a Rússia, permanece em silêncio" diante dos crimes do regime de Kiev.
Assim, "o regime ucraniano tem permissão para tudo, incluindo ataques terroristas contra políticos e jornalistas, torturas e execuções extrajudiciais, bombardeios indiscriminados de alvos civis e sabotagens irresponsáveis a usinas nucleares", criticou o ministro.
Até agora, "nem Kiev nem seus patrocinadores europeus parecem compreender a urgência da situação nem estar dispostos a negociar de forma honesta", advertiu.