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EUA avaliam operações militares na Venezuela nos próximos dias - NBC

Fontes indicam que a iniciativa norte-americana seria motivada pela percepção de que Nicolás Maduro não consegue "conter o fluxo de drogas ilegais para fora do país".
EUA avaliam operações militares na Venezuela nos próximos dias - NBCX/ @Southcom

Autoridades militares dos Estados Unidos estão avaliando diferentes estratégias para atacar supostos traficantes de drogas dentro da Venezuela, e as operações poderiam começar nas próximas semanas, informaram quatro fontes ao canal NBC News nesta sexta-feira (26).

De acordo com os relatos divulgados pelo jornal, o presidente Donald Trump, ainda "não aprovou nada". Entre as quatro fontes, duas são autoridades americanas diretamente envolvidas no planejamento, enquanto as outras duas acompanham de perto as discussões internas sobre as operações.

Três das fontes afirmaram que a iniciativa norte-americana se deve à postura do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que, segundo eles, não estaria ''fazendo o suficiente para conter o fluxo de drogas ilegais para fora do país".

Os planos em discussão privilegiam ataques com drones dirigidos a integrantes e lideranças de grupos de tráfico, além de instalações usadas para a produção de entorpecentes, disseram as quatro fontes.

A NBC News contatou a Casa Branca para obter uma posição oficial, e o órgão remeteu à declaração anterior de Trump: "Veremos o que acontece. A Venezuela está nos enviando seus membros de gangues, seus traficantes e drogas. Isso é inaceitável". O Pentágono não quis comentar, e o governo venezuelano também não respondeu ao pedido de pronunciamento.

Insatisfação interna

Segundo as fontes, integrantes da equipe de Trump estão "decepcionados" porque as ações militares conduzidas por Washington contra Caracas não têm produzido o efeito esperado, ressaltando que "não parecem ter enfraquecido o controle de Maduro no poder ou provocado qualquer resposta significativa".

Elas acrescentam que a Casa Branca encontrou mais resistência do que previa em relação aos ataques contra embarcações acusadas de ligação com o tráfico de drogas, o que obrigou o governo a reavaliar com cautela os próximos passos.

Mudança de regime?

A retórica dos EUA contra a Venezuela intensificou seu tom desde o início de agosto passado, quando a procuradora-geral americana, Pam Bondi, anunciou a duplicação da recompensa oferecida sobre Maduro, a quem Washington acusa, sem provas, de liderar um cartel de narcotráfico. Pouco depois, veículos internacionais divulgaram relatos de um deslocamento militar norte-americano em águas do mar do Caribe para combater o tráfico de drogas.

O presidente venezuelano refutou essas acusações, apresentou detalhadamente os números oficiais sobre o negócio das drogas no continente e advertiu que as operações do país norte-americano próximas às costas venezuelanas visam um "mudança de regime", com o objetivo final seria apropriar-se dos vastos recursos naturais da nação bolivariana.

Em linha com as denúncias de Maduro, funcionários do governo Trump disseram à NBC que não se descarta que a "mudança de regime" seja também um dos objetivos do deslocamento militar.

Uma fonte do governo americano afirmou que o objetivo dos EUA é pressionar o presidente venezuelano a tomar decisões precipitadas que acabem levando à sua queda, sem que seja necessária a presença de tropas americanas no país.

No entanto, dentro do governo dos EUA não haveria consenso sobre se o caminho seria depor o dignatário venezuelano pela via militar ou persistir nas negociações.