Os ministros das Relações Exteriores de países do BRICS realizaram, nesta sexta-feira (26), sua reunião anual, à margem da 80ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Ela foi presidida pela Índia, que assumirá a presidência rotativa do grupo em 2026.
Os países iniciaram o comunicado conjunto reafirmando seu tradicional ''compromisso com o multilateralismo, a multipolaridade e a defesa do direito internacional''.
Reforma das instituições
Nesse contexto, expressaram a necessidade de reformar instituições de governança global como o FMI, do Banco Mundial e da OMC, com destaque para aumentar a voz de Países em Desenvolvimento e Mercados Emergentes (PDMEs) e países africanos.
Para os representantes, as reformas são necessárias para criação ''de um sistema internacional e multilateral mais justo, equitativo, ágil, eficaz, eficiente, responsivo, representativo, legítimo, democrático e responsável'', visando assegurar ganhos compartilhados.
Conflitos no Oriente Médio
Com palavras duras, os chanceleres condenaram as ações israelenses no Oriente Médio, a incluir a ''flagrante violação da soberania'' do Catar, classificada como ''grave infração ao direito internacional''.
"Os Ministros expressaram, em particular, profunda preocupação com a situação no Território Palestino Ocupado e com os persistentes ataques israelenses contra Gaza, que, após quase dois anos, continuam a causar sofrimento sem precedentes à população civil do território, devastada por mortes, destruição e fome'', lê-se na nota.
Inovação e tecnologia
Os chanceleres destacaram ainda a importância de fortalecer a cooperação em ciência e tecnologia, com especial ênfase na inteligência artificial e na digitalização das economias. O objetivo, afirmaram, é garantir que países do Sul Global participem de maneira significativa da revolução tecnológica em curso.
Nesse sentido, defenderam mecanismos de governança internacional da IA, guiados por princípios de soberania estatal, uso responsável e acesso equitativo às tecnologias emergentes.
Saúde
Também foi reafirmado o compromisso do grupo em fortalecer a cooperação internacional na área da saúde, com apoio explícito ao Acordo de Pandemias em negociação na Organização Mundial da Saúde (OMS).
No âmbito interno, destacaram iniciativas conjuntas para a a troca de experiências em áreas como saúde digital, pesquisa e desenvolvimento de vacinas medicina nuclear e sistemas de medicina tradicional.
Meio-ambiente
Os chanceleres defenderam uma transição energética respeitando as diferentes realidades nacionais.
Nessa perspectiva, é enfatizada a ''necessidade de que os países desenvolvidos cumpram seus compromissos relacionados ao financiamento climático, à transferência de tecnologia e ao fortalecimento de capacidades''.