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Politico: Primeiro-ministro húngaro pode obter a presidência do Conselho Europeu

"A maioria dos outros 26 líderes dos países da UE estaria desesperada para evitar esse cenário: um Orbán sem controle no poder", segundo o jornal.
Politico: Primeiro-ministro húngaro pode obter a presidência do Conselho EuropeuAP / Denes Erdos

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, pode ganhar a presidência do Conselho Europeu por seis meses depois que o atual presidente, Charles Michel, deixar o cargo, informa o jornal Politico.

Michel anunciou no sábado que planeja encabeçar a lista do partido liberal Movimento de Reforma nas eleições europeias a serem realizadas no início de junho, deixando seu cargo atual para assumir uma cadeira como membro do Parlamento Europeu.

"Michel planeja assumir sua cadeira no Parlamento Europeu em meados de julho, se for eleito, o que significa que os líderes da UE terão que chegar rapidamente a um acordo sobre um sucessor para sua vaga no Conselho", diz o veículo de comunicação.

De acordo com o Politico, se os líderes da UE não chegarem a um acordo sobre um sucessor no menor tempo possível, a presidência caberá a Orbán por seis meses, já que seu país assumirá a presidência rotativa do Conselho da UE em julho.

"A maioria dos outros 26 líderes dos países da UE estaria desesperada para evitar esse cenário - um Orbán sem controle governando o Conselho durante os seis meses imediatamente após as eleições europeias de 2024 - dada a escalada de tensões entre eles e Orbán", observa o jornal.

A Hungria tem divergências com a UE sobre várias questões, incluindo a ajuda à Ucrânia. Recentemente, os líderes da UE não conseguiram chegar a um acordo sobre um pacote de ajuda financeira de quatro anos, há muito planejado, no valor de 50 bilhões de euros para a Ucrânia, depois que Orbán vetou a proposta.

Ao mesmo tempo, a adesão da Ucrânia à UE continua sendo "uma linha vermelha" para a Hungria, comentou Balazs Orbán, principal assessor do primeiro-ministro. De acordo com ele, Budapeste considera que Kiev ainda não cumpriu os critérios de adesão à UE. Como resultado, as autoridades húngaras acreditam que as negociações sobre a adesão da Ucrânia à UE devem ser adiadas.