
EXCLUSIVO: Arce diz que próximo governo da Bolívia precisa priorizar relações com BRICS

O presidente da Bolívia, Luis Arce, afirmou em entrevista à RT que o próximo governo, a ser definido no segundo turno de outubro, deve priorizar os interesses nacionais nas relações com o BRICS, bloco no qual o país é parceiro.

"Os governos de direita –, porque qualquer um dos que ganhar as eleições na Bolívia, são partidos de direita –, têm uma postura em relação aos países do BRICS que é ideológica. Aqui, o que precisamos esperar é que o interesse do país prevaleça sobre os interesses partidários ideológicos de qualquer um dos dois partidos políticos que estão no segundo turno neste momento", disse Arce.
Segundo Arce, a integração ao BRICS representa uma "grande oportunidade" para a Bolívia, que vai além do investimento estrangeiro direto, principal tema da campanha no primeiro turno. Ele ressaltou a necessidade de que decisões econômicas estejam alinhadas aos interesses soberanos do país, independentemente da ideologia dos partidos.
O presidente disse que seu governo garantiu dois contratos de lítio com empresas da China e da Rússia, avaliados em cerca de US$ 2 bilhões, ainda pendentes de aprovação no Legislativo. Ele atribuiu a demora a uma "questão ideológica" da oposição, que controla o Parlamento e não viabilizou os projetos.
"Objetivamente, a Bolívia tem uma tremenda oportunidade de se integrar economicamente aos países do BRICS. Esperemos que os interesses de um país soberano prevaleçam sobre as respostas ideológicas", afirmou.
Nas eleições de agosto, Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão (PDC), e Jorge "Tuto" Quiroga, da Aliança Livre, avançaram para o segundo turno, previsto para 19 de outubro, quando os bolivianos escolherão quem governará o país pelos próximos cinco anos.
