Notícias

Zelensky dá detalhes de sua reunião com Lula: 'boa conversa'

Zelensky dá detalhes de sua reunião com Lula: 'boa conversa'AP / Heather Khalifa / Stefan Jeremiah

O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, se reuniu nesta quarta-feira (24) com Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Após o encontro, Zelensky afirmou que manteve uma "boa conversa" com o chefe de Estado brasileiro.

"O presidente Lula me disse que vai tentar seu melhor para fazer tudo para aproximar a Ucrânia da paz", declarou o ucraniano a repórteres, acrescentando ser "grato" ao presidente do Brasil por expressar sua ''posição clara'' sobre a situação.

Zelensky também lamentou o ''déficit de tempo'' para as conversas e expressou a esperança de que, em um próximo encontro, seja possível discutir os diversos assuntos que ficaram de fora.

Vale lembrar que Lula já recusou pelo menos seis outros encontros com o líder do regime de Kiev, incluindo um convite para visitar a Ucrânia dias antes de sua viagem a Moscou.

Fracasso da diplomacia ucraniana no Brasil

Andrei Melnik, ex-embaixador no Brasil e atual enviado de Kiev à ONU, admite que os esforços para estreitar laços com o governo brasileiro fracassaram.

Ele atribui a fraca presença ucraniana na América Latina à falta de investimentos e de pessoal qualificado, comparando a situação com a atuação mais estruturada da diplomacia russa na região:

"Eles investiram recursos, tempo e cérebros na região", afirmou, ressaltando que em todo o sistema do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, em comparação, ''há literalmente poucas pessoas, diplomatas de nível baixo e médio, que sabem português''. ''Estou literalmente sozinho lá, não tenho ninguém com quem trabalhar", queixa-se.

Seu próprio legado na condição de representante do regime de Kiev no Brasil, no entanto, é marcado por polêmicas. Em uma entrevista à imprensa ucraniana, ele se referiu ao país latino-americano como ''a imoral terra brasileira'', tendo tecido duras críticas à política externa conduzida pelo Itamaraty, chegando a sugerir que o país não tem o potencial de exercer a posição de liderança a que se propõe:

''O Brasil, e especialmente seu atual governo, tem grandes ambições. Às vezes, essas ambições excedem suas capacidades. Eles querem jogar seu próprio jogo. E graças à China, que tem sido seu principal parceiro comercial e político por muitas décadas, eles estão tentando conquistar esse papel para si mesmos''.