
Luz UV pode reduzir alergias, aponta estudo

Um estudo da Universidade do Colorado, publicado em agosto no periódico ACS ES&T Air, demonstrou que a radiação ultravioleta (UV) pode reduzir a capacidade do sistema imunológico de reconhecer proteínas responsáveis por desencadear reações alérgicas.
A pesquisa utilizou lâmpadas com comprimento de onda de 222 nanômetros, e observou queda de até 30% na resposta alérgica após 30 minutos de exposição.
"Descobrimos que podemos usar um tratamento de luz ultravioleta passivo e geralmente seguro para inativar rapidamente alérgenos transportados pelo ar", afirmou a autora do estudo, Tess Eidem, em comunicado na última segunda-feira (22).

Segundo ela, a técnica pode se tornar "outra ferramenta para ajudar as pessoas a combater alérgenos em suas casas, escolas ou outros locais onde se acumulam".
Os testes foram realizados em uma câmara selada de 9,9 metros cúbicos, onde partículas microscópicas de ácaros, pelos de animais, mofo e pólen foram expostas a quatro lâmpadas UV-222. Amostras coletadas em intervalos de 10 minutos mostraram que os anticorpos deixaram de se conectar a várias dessas proteínas, reduzindo a reação alérgica.
Alérgenos são substâncias liberadas por organismos como gatos, cães, mofo e plantas, capazes de permanecer suspensas no ar por meses. Mesmo após a remoção da fonte, essas partículas continuam ativas em ambientes fechados, o que torna difícil eliminá-las apenas com métodos convencionais como aspirar tapetes ou usar filtros de ar.
A pesquisa busca uma alternativa ao tentar modificar a estrutura das partículas, em vez de removê-las. "Depois que os ácaros desaparecem, o alérgeno continua lá. É por isso que, se você sacudir um tapete, pode ter uma reação anos depois", explicou Eidem.
As lâmpadas UV-222 já estão disponíveis no mercado, principalmente para uso antimicrobiano. A expectativa é que versões portáteis possam surgir em breve, permitindo o uso em situações cotidianas, como em casas com animais ou em locais com excesso de pó e mofo. Profissionais que trabalham expostos a alérgenos também poderiam se beneficiar.
No Brasil, dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) indicam que 30% da população sofre com algum tipo de alergia. "Crises de asma matam cerca de 10 pessoas por dia nos Estados Unidos e são frequentemente desencadeadas por alergias transmitidas pelo ar", destacou Eidem.
