O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23), após uma reunião com o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, que está convencido que a Ucrânia, com apoio dos países europeus, "está em uma posição de lutar e ganhar" territórios incorporados à Rússia durante a operação militar especial.
"Depois de conhecer e compreender plenamente a situação militar e econômica da Ucrânia/Rússia e, após ver os problemas econômicos que isso está causando à Rússia, acho que a Ucrânia, com o apoio da União Europeia, está em posição de lutar e reconquistar todo território ucraniano em sua forma original.", escreveu o presidente norte-americano na Truth Social. Nesse sentido, enfatizou a importância dos recursos e "paciência" dos países europeus para esse objetivo.
O mandatário chegou a declarar que Kiev poderia ir "além" dos limites territoriais pré-2014, alegando que "Putin e a Rússia estão em GRANDES problemas econômicos", e que portanto seria "a hora para a Ucrânia agir". "De qualquer forma, desejo o melhor para ambos os países. Continuaremos a fornecer armas à OTAN para que a aliança faça o que quiser com elas. Boa sorte a todos!", concluiu Trump.
Devolução é "impossível"
A retórica do presidente dos EUA é diametralmente oposta ao que declarou anteriormente sobre as negociações territoriais para o fim do conflito ucraniano. No caso da Crimeia, em agosto chegou a afirmar que seria "impossível" a península russa retornar à Ucrânia, enquanto que em abril sustentou que o território "seguirá sendo" parte da Rússia como parte do acordo de paz.
Enquanto isso, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou reiteradamente que seu país está pronto para o diálogo e um acordo, porém insistiu na necessidade de abordar as causas profundas do conflito, como a expansão da OTAN no leste europeu e a discriminação contra russófonos na Ucrânia.
Ele também destacou que Moscou está disposto a encontrar uma solução para a crise, enquanto o Ocidente e Kiev procuram prolongar o conflito. Quanto à Ucrânia, o chefe de Estado russo denunciou constantemente que "o atual regime de Kiev não precisa de paz alguma". "O mais provável é que a paz signifique para ele a perda do poder", explicou em junho.
- A proposta de Moscou para paz prevê que Kiev retire completamente suas tropas das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e das províncias de Zaporozhie e Kherson (incorporadas à Rússia após plebiscitos populares em 2022) e reconheça esses territórios, bem como a Crimeia e Sebastopol, como parte da Federação Russa.
- Além disso, deve-se garantir a neutralidade, o não-alinhamento, bem como a desnuclearização, desmilitarização e desnazificação da Ucrânia.