O presidente dos EUA, Donald Trump, discursou no púlpito da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira (23).
"Faz seis anos desde a última vez que estive neste grande salão e discursei para um mundo próspero e pacífico no meu primeiro mandato. Desde aquele dia, as armas de guerra destruíram a paz que forjei em dois continentes", começou Trump.
"Não há outro país que chegue perto"
O presidente continuou a elogiar seu país: "Hoje, com apenas oito meses de governo, somos o país mais acolhedor do mundo. E não há outro país que chegue perto. Os Estados Unidos têm a sorte de ter a economia, as fronteiras, o exército, as amizades e o espírito mais fortes do que qualquer nação", disse.
Diante dos líderes presentes na ONU, Trump afirmou ter conquistado de volta o respeito de todo o mundo.
"Um ano atrás, éramos motivo de chacota em todo o mundo", afirmou, ressaltando que seu governo negociou acordos comerciais e fez com que a OTAN realocasse mais recursos para defesa militar.
Trump acusa ONU de falta de esforços nos conflitos globais
O presidente americano também lembrou seu papel na resolução de conflitos globais afirmando ter acabado com "sete guerras".
Trump afirma que negociou com os líderes de todos esses países e fechou os acordos sem a ajuda da ONU: "Tudo que a ONU me deu foi uma escada rolante para subir aqui", disparou.
"Qual o propósito da ONU?", questionou, acusando a organização de se limitar a notas de repúdio.
Tensões entre Washington e Irã
Em seu discurso, Trump também exaltou sua decisão de bombardear o Irã. O presidente americano criticou ainda os países que reconheceram a soberania da Palestina, os acusando de "recompensar o terrorismo".
O presidente exigiu a soltura dos reféns no conflito entre Israel e Palestina, gerando aplausos dos presentes.
Sobre o conflito ucraniano: "pensava que seria mais fácil"
Trump afirmou que pensava que seria mais fácil encerrar o conflito ucraniano devido ao seu relacionamento com Putin.
"Eles estão lutando há três anos e meio", afirmou, acrescentando ainda que o conflito armado nunca teria começado se ele fosse presidente.
Trump também criticou os países da OTAN por continuarem comprando combustível russo e os instigou a adotar mais medidas contra Moscou: "É uma vergonha para eles", disse.
Nova iniciativa contra disseminação de armas biológicas
Na ONU, Trump anunciou que seu governo lançará uma iniciativa para impedir a disseminação de armas biológicas. A plataforma será auxiliada por tecnologias de IA, conforme declarou o presidente.
Ele manifestou esperança de que a ONU possa ajudar, mas criticou a atuação da organização.
Trump renova ameaças contra Venezuela
Trump defendeu as ações militares de seu país contra embarcações no Mar do Caribe, acusando os venezuelanos de trazerem drogas para o território norte-americano.
Vale ressaltar que, nos últimos dias, Maduro enviou a Trump uma carta com dados e mapas que comprovam que a Venezuela não é uma rota de narcóticos significativa para os EUA.
"Lula pareceu ser gente boa"
Trump afirmou ter conversado por 20 segundos com o presidente brasileiro em Nova York, e que os dois concordaram em retomar o diálogo na próxima semana.
Ele afirmou ter tido uma "boa química" com Lula.
Apesar disso, o líder norte-americano criticou as supostas perseguições judiciais e tarifas aplicadas pelo Brasil.
- A participação do presidente, principal aliado de Israel, ocorre em um momento em que vários líderes mundiais — incluindo aliados importantes dos EUA — estão se preparando para reconhecer formalmente o Estado palestino em meio à crescente preocupação internacional sobre a guerra em curso e a crise de fome na Faixa de Gaza.