Defesa da soberania, críticas a Israel e conflitos globais: confira pontos centrais de Lula na ONU

O presidente brasileiro é o primeiro chefe de Estado a discursar no púlpito, seguindo uma tradição de 1955.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, foi o primeiro chefe de Estado a discursar no púlpito da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira (23), seguindo uma tradição instituída ainda em 1955.

O presidente iniciou sua fala observando que a própria autoridade da ONU está em cheque, diante da desordem internacional. ''Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra'', sustentou.

Defesa da soberania:

Nesse contexto, o mandatário defendeu a soberania de seu país diante da tentativa ''inaceitável'' de ingerência externa, e enfatizou: 

''Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela. Democracias sólidas vão além do ritual eleitoral''.

'Genocídio' em Gaza:

Ele também criticou as ações de Israel na Faixa de Gaza, afirmando que ''nada justifica o genocídio em curso'' no território.

Onde "estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes, ali estão sepultados o Direito Internacional Humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente".

Tensão militar:

Ao longo do discurso, Lula também abordou outras questões internacionais, incluindo temas na América Latina e o conflito ucraniano.

''A via do diálogo não deve estar fechada na Venezuela. O Haiti tem direito a um futuro livre de violência. E é inadmissível que Cuba seja listada como país que patrocina o terrorismo'', pontuou.

Sobre o conflito ucraniano, destacou que não há solução militar. Ressaltou a importância do diálogo entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin no Alasca e o potencial do plano sino-brasileiro para a paz.

Reforma das instituições: 

Em crítica mais ampla às instituições multilaterais, afirmou que sanções unilaterais e tarifas tornam ''urgente refundar a OMC com bases modernas e flexíveis''.

Ao retomar a crise de legitimidade da ONU, destacou o potencial da organização:

''A ONU tem hoje quase quatro vezes mais membros do que os 51 que estiveram na sua fundação. Nossa missão histórica é a de torná-la novamente portadora de esperança e promotora da igualdade, da paz, do desenvolvimento sustentável, da diversidade e da tolerância. Que Deus nos abençoe a todos. Muito obrigado'', concluiu.