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Celso Amorim e Sergey Lavrov discutem crise ucraniana em Moscou

Representantes também discutiram as relações russo-brasileiras através do BRICS e da ONU.
Celso Amorim e Sergey Lavrov discutem crise ucraniana em MoscouMinistério das Relações Exteriores da Rússia

Nesta terça-feira, na cidade de Moscou, Celso Amorim, assessor especial da presidência da República para Assuntos Internacionais, reuniu-se com Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, com quem estabeleceu uma conversa dedicada à questões atuais da agenda internacional com foco especial nos problemas relativos à crise ucraniana

A conversa, que segundo a pasta de Lavrov, ocorreu "no clima amigável inerente às relações de parceria estratégica russo-brasileira", também possibilitou uma "troca de opiniões interessada e de confiança" sobre questões como a interação dos dos países através da ONU e do BRICS.

"Interações na ONU e no BRICS"

As interações entre as representações da Rússia e do Brasil nas Nações Unidas se mostram relevantes sobretudo quando considerado o apoio de Moscou a um assento brasileiro permanente no Conselho de Segurança da ONU - uma demanda histórica de Brasília e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O apoio não é materializado somente através das declarações do presidente russo Vladimir Putin, que bem como o mandatário brasileiro, defende uma maior participação de representantes do continente africano e latino-americano no órgão. Ele também foi expresso diretamente por Lavrov a autoridades brasileiras em repetidas ocasiões.  

Em função do BRICS, por sua vez, Lula da Silva realizará sua primeira visita a Rússia durante o terceiro mandato, tendo em vista que o presidente confirmou sua presença na cúpula de líderes do agrupamento, prevista para ser realizada em outubro na cidade de Kazan. 

"Problemas da crise ucraniana"

Em repetidas ocasiões, o presidente Lula destacou a necessidade de criar um grupo de países envolvidos em um esforço de mediação para pôr um fim ao conflito Ucrânia-Rússia. "O que é preciso é constituir um grupo com força suficiente para ser respeitado numa mesa de negociação. E sentar com os dois lados", afirmou o mandatário após uma reunião com o chanceler Olaf Sholz em 2023.

A necessidade de "sentar com os dois lados", no entanto, ficará de fora da conferência internacional organizada por lideranças europeias e prevista para ser realizada na Suíça em junho, com o objetivo de tratar de negociações pela paz. Isso porque ela não contará com a presença da Rússia, que conforme comunicado por Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria do país, rejeita a "linguagem dos ultimatos" e a ignorância diante dos seus interesses.