O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott K.H. Bessent, expressou nesta segunda-feira (22) o apoio "pleno" de Washington ao governo de Javier Milei. O presidente Argentina deve se reunir com seu homólogo norte-americano, Donald Trump, ainda nesta semana.
Em uma publicação na plataforma X, Bessent classificou a Argentina como "um aliado dos EUA de importância sistêmica na América Latina".
"Todas as opções para a estabilização" da Argentina "estão sobre a mesa", e "o Departamento do Tesouro está pronto para fazer o necessário, dentro de seu mandato, para apoiar" o país sul-americano, escreveu.
Segundo adiantou, as opções podem incluir "linhas de 'swap', compras diretas de divisas e compras de dívida pública denominada em dólares norte-americanos, do Fundo de Estabilização Cambial do Tesouro".
"As oportunidades para o investimento privado continuam sendo amplas e a Argentina será tornada grande de novo", prometeu o secretário do Tesouro.
Na última sexta-feira, Milei anunciou que seu governo está avançando em negociações com os EUA para obter um empréstimo emergencial que permita enfrentar vencimentos de dívida de 8,5 bilhões de dólares previstos para o próximo ano.
Déficit zero?
Na semana passada, Milei apresentou o projeto de Orçamento 2026, que estará centrado na meta de ''déficit zero'', defendida pelo governo como âncora de seu programa econômico e condição necessária para estabilizar o país.
Na Argentina, a inflação mensal desacelerou para 1,9% em agosto, embora o índice interanual ainda gire em torno de 33%, afetando fortemente o poder de compra. Segundo o Executivo, os ajustes permitiram tirar 12 milhões de pessoas da pobreza, mas analistas alertam que os indicadores citados são ''enganosos'' ou não contemplam gastos essenciais, como aluguéis, e que milhões de pessoas seguem em situação de vulnerabilidade.
Paralelamente, os mercados mantêm a pressão: a alta do dólar, a queda das reservas e a volatilidade do peso condicionam a margem de manobra do governo, enquanto investidores aguardam sinais claros sobre a dívida e a relação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que já expressou apoio ao programa econômico.