O futuro do Afeganistão deve ser decidido pelo seu próprio povo, afirmou recentemente o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em resposta às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre sua intenção de recuperar a base aérea de Bagram.
"A China respeita a independência, a soberania e a integridade territorial do Afeganistão. O futuro do Afeganistão deve estar nas mãos do povo afegão", afirmou durante uma coletiva de imprensa.
"Gostaria de salientar que o agravamento das tensões e dos confrontos na região não contará com apoio. Esperamos que todas as partes desempenhem um papel construtivo em prol da paz e da estabilidade regional", acrescentou.
Entenda
Trump anunciou seu plano durante uma visita ao Reino Unido, justificando a recuperação da base por sua proximidade com instalações nucleares chinesas. Além disso, ele ameaçou com consequências se o Afeganistão não devolvesse a base aos Estados Unidos.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores afegão e o Talibã rejeitaram a ideia, lembrando o acordo de Doha de 2020 que estabeleceu a saída das tropas americanas e descartou a presença militar estrangeira.
A base de Bagram foi a principal instalação militar da coalizão liderada pelos EUA no Afeganistão entre 2001 e 2021, quando foi abandonada e tomada pelos talibãs após a retirada americana.