As refinarias indianas continuam importando petróleo russo, sem qualquer ordem de Nova Delhi para reduzir ou suspender os carregamentos, mesmo em meio às negociações comerciais em andamento com os Estados Unidos.
Segundo reportagem da Bloomberg publicada nesta sexta-feira (19), há expectativa de que as compras se mantenham ativas para entregas em novembro e dezembro, embora os volumes devam ficar abaixo dos níveis mais altos registrados nos últimos anos.
Fontes com conhecimento direto dos planos de aquisição, que pediram anonimato ao jornal, afirmaram que o fornecimento deve voltar a crescer após uma queda nas últimas semanas, quando o fluxo recuou para cerca de 1 milhão de barris por dia — o nível mais baixo em quase dois anos.
Tensões com os EUA
A retração ocorreu em resposta às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em agosto, e aos ataques de drones ucranianos contra instalações de produção e exportação da Rússia.
Trump intensificou a retórica contra Nova Delhi após a frustração com a falta de avanços nas tratativas bilaterais e por não conseguir obter concessões do presidente Vladimir Putin no conflito na Ucrânia.
Autoridades norte-americanas chegaram a acusar empresas indianas de lucrarem com o conflito ucraniano, chegando a clasificá-lo como a "guerra de Modi".
Apesar da pressão, Trump amenizou seu tom nesta semana, ao agradecer publicamente ao primeiro-ministro Narendra Modi por seu "apoio para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia", durante uma chamada telefônica.
Ainda assim, não houve qualquer sinal por parte do governo indiano de que haverá mudança de postura em relação às importações de petróleo russo.