O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou nesta quinta-feira (18) que recebeu seu visto norte-americano para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas, que terá início na próxima semana, em Nova York.
Apesar da autorização, os Estados Unidos impuseram restrições à circulação do ministro na cidade, revelou o jornal Folha de S.Paulo.
Segundo relataram fontes do governo norte-americano ao jornal, Padilha e os familiares que o acompanham só poderão circular em um raio de cinco quarteirões a partir do hotel onde estarão hospedados.
A circulação também estará autorizada apenas nos trajetos entre o hotel, a sede da ONU, a missão diplomática do Brasil junto à organização e a residência do embaixador brasileiro.
O ministro também participará da conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), marcada para o dia 29 de setembro, em Washington.
"Recebi o visto hoje. Uma obrigação de um país que tem um acordo-sede com um organismo internacional. Tem que garantir o acesso de uma autoridade que é convidada para o evento", afirmou Padilha durante coletiva de imprensa em Brasília.
As restrições ocorrem após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter revogado, no mês passado, o visto anterior de Padilha, assim como de sua esposa e filha.
A justificativa, segundo o governo norte-americano, foi a atuação do ministro na criação do programa Mais Médicos, durante gestões anteriores. Na época, Padilha não foi diretamente afetado porque seu visto ainda era válido, mas ficou impedido de obter uma nova autorização de entrada no país.
O Ministério das Relações Exteriores havia solicitado formalmente a emissão de um novo visto em 19 de agosto, para que Padilha pudesse comparecer a compromissos internacionais.
Apesar da demora na resposta de Washington, Padilha minimizou o episódio publicamente. "Esse negócio do visto eu tô igual aquela música: 'Tô nem aí', sabe? Vocês tão mais preocupados com o visto do que eu, certo? Tô nem aí. Eu acho que só fica preocupado quem quer ir para os Estados Unidos. Eu não quero ir para os Estados Unidos", declarou o ministro.
Segundo a publicação, o Itamaraty deve ser notificado nas próximas horas sobre as limitações impostas pelo governo dos Estados Unidos.