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Presidente da Espanha diz que Israel não garante segurança ao atacar civis

Em coletiva com chanceler alemão, Pedro Sánchez criticou ofensiva israelense e defende cumprimento do direito internacional.
Presidente da Espanha diz que Israel não garante segurança ao atacar civisGettyimages.ru / Carlos Alvarez

O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou nesta quinta-feira (18) em Madri que a estratégia do governo de Benjamin Netanyahu contra os palestinos "é profundamente falha", destacando que o terrorismo "não será derrotado realizando um ataque indiscriminado à população civil".

Sánchez pontuou que Israel ficará "mais isolado" e "mais inseguro" com a ofensiva, que já teria provocado mais de 60 mil mortes. As declarações foram dadas em coletiva de imprensa ao lado do chanceler alemão, Friedrich Merz.

O chefe de Governo espanhol ressaltou que a resposta de Israel ao ataque do Hamas, ocorrido dois anos atrás, agravou a instabilidade na região. "Não está garantindo a segurança de seus cidadãos e está piorando a situação, não apenas para o povo palestino, mas também para toda a região", disse.

O presidente defendeu ainda o cumprimento do direito internacional humanitário, afirmando que a Espanha seguirá ativa para que cesse a violência, a ajuda humanitária seja permitida e avance a solução de dois Estados.

Sánchez também mencionou que, para seu governo, o que ocorre em Gaza "é um genocídio", lembrando que a ONU e mais de 80% da sociedade espanhola compartilham essa visão.

Já o chanceler alemão Friedrich Merz afirmou que a Alemanha mantém "fundamentalmente uma posição muito clara" ao lado de Israel, mas destacou que isso "não significa compartilhar todas as decisões tomadas pelo governo israelense". Ele acrescentou que Berlim compartilha a "grande preocupação da Espanha com a situação humanitária em Gaza".

Merz também alertou para o risco de anexação de territórios na Cisjordânia e defendeu que a solução de dois Estados permaneça viável. O diplomata enfatizou que críticas à política de Israel "nunca devem ser usadas para incitar o ódio contra os judeus".