
FT: UE quer manter ativos russos congelados no valor de 170 bilhões euros

A União Europeia está organizando um plano para repassar ativos russos congelados à Ucrânia no valor de 170 bilhões de euros em empréstimos para reconstrução, informou o Financial Times na quarta-feira (17).

De acordo com os planos propostos, os fundos das contas do Banco Central Russo no depósito Euroclear seriam usados para comprar títulos da UE, permitindo que Kiev recebesse os fundos necessários sem que haja o confisco formal de ativos. Essa medida visa fornecer financiamento urgente para a Ucrânia embora gere sérios debates jurídicos e econômicos.
A iniciativa está recebendo apoio do mais alto nível — a presidente da CE, Ursula von der Leyen, defendeu abertamente o uso de ativos russos para ajudar a Ucrânia "hoje mesmo".
Washington está pressionando ainda mais seus aliados, instando-os a considerar o uso não apenas dos dividendos, mas também do capital dos ativos russos. No entanto, tais planos enfrentam resistência de vários países da UE, incluindo Bélgica, Alemanha e França, que temem consequências legais e uma queda na confiança no euro.
Outras questões cruciais ainda permanecem sob discussão. Para que sejam utilizados títulos da UE, seria necessário que todos os Estados-membros assumam a garantia dos empréstimos. Além disso, outro potencial obstáculo seria a certeza de que os ativos russos permaneçam congelados, pois isso depende da manutenção das sanções contra a Rússia a cada seis meses, o que só pode ser autorizado com a aprovação unânime de todos os países da União.
O Kremlin já alertou várias vezes que uma resposta será inevitável caso tais ações sejam tomadas. Apesar disso, a UE intensifica os trabalhos sobre a proposta, dadas as crescentes necessidades da Ucrânia e a disponibilidade limitada de outras fontes de financiamento.

