
Barroso considera 'injustas' sanções dos EUA a ministros do STF e nega 'caça às bruxas'

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, declarou nesta quarta-feira (17) considerar "injustas" as sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil e aos ministros da Corte.
Ele afirmou ainda que não há "caça às bruxas" em referência às acusações feitas pelo presidente Donald Trump, que acusou a Suprema Corte brasileira de perseguir Jair Messias Bolsonaro.
"É profundamente injusto punir o Brasil, os brasileiros, as empresas brasileiras, os trabalhadores brasileiros e suas empresas por uma decisão que foi amplamente baseada em provas, acompanhada por toda a imprensa internacional. Também não é justo punir os ministros, que, com coragem e independência, cumpriram o seu papel", argumentou o ministro.

Barroso elogiou os ministros da Primeira Turma, que julgaram Bolsonaro e outros sete réus por, na visão da Corte, terem planejado um golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022.
Em julho, Trump defendeu publicamente o então réu Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente não era culpado e que a Suprema Corte brasileira estava promovendo uma "caça às bruxas".
Durante a sessão desta tarde, Barroso reforçou que não há perseguição política nem "caça às bruxas" no Brasil e rebateu alegações de que instituições estariam calando adversários políticos ou cerceando a liberdade de expressão.
"As remoções de conteúdo, segundo mais de uma vez explicou o ministro Alexandre de Moraes, se referiam a crimes, crimes de ameaça, não crimes de opinião", afirmou Barroso.
