
Trump revela que bombardeou mais embarcações no Caribe

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta terça-feira (16) que as Forças Armadas norte-americanas atacaram três navios em uma operação iniciada em agosto na região do Caribe.
Embora tenha mostrado vídeos de dois bombardeios a supostos navios com drogas atribuídos à Venezuela, Trump disse que os ataques atingiram três barcos. "Na verdade, derrubamos três navios, não dois. Mas você viu dois", afirmou, sem apresentar novas imagens.

Na segunda-feira (15), o presidente informou que as forças dos EUA fizeram "um segundo ataque cinético contra cartéis de drogas e narcoterroristas [...] na zona de responsabilidade do Comando Sul", sem detalhar coordenadas ou local exato da operação.
Em postagem no Truth Social, Trump afirmou que o ataque ocorreu quando "esses narcotraficantes venezuelanos confirmados estavam em águas internacionais, transportando drogas ilegais (arma mortal que envenena os americanos!) em direção aos EUA".
Três pessoas morreram na ação, elevando para 14 o número de mortos nas duas operações militares dos Estados Unidos no Caribe conhecidas até o momento, levantando críticas sobre o uso de força militar sem transparência sobre localização e vítimas.
O ataque anterior
Horas antes das declarações desta segunda-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou a divulgação do vídeo do primeiro ataque, que deixou 11 mortos. "Foi muito grave que eles tenham fornecido um vídeo ao presidente dos EUA em uma coletiva de imprensa e o publicado em sua conta no Truth Social sem verificar os dados", afirmou, apontando que o vídeo "merece uma investigação ao mais alto nível" por parte da Casa Branca.
O governo de Trump intensificou as tensões com a Venezuela no fim de agosto, com o envio de navios de guerra e tropas ao sul do Mar do Caribe, sob a justificativa de combater o narcotráfico.
Nesse cenário, a procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, dobrou a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro, acusado, sem provas, de liderar um "cártel do narcotráfico".
Para Caracas, as manobras militares dos EUA como uma tentativa de forçar uma mudança de governo na Venezuela, visando o controle de seus recursos naturais.
Em resposta, Nicolás Maduro convocou a população para se alistar na Milícia Bolivariana, visando fortalecer a defesa nacional.
Apesar do conflito, o presidente venezuelano se declarou aberto ao diálogo com Trump, desde que não seja sob a "diplomacia da canhoneira" do secretário de Estado, Marco Rubio.
No dia 4 de setembro, o Pentágono acusou dois aviões militares venezuelanos de sobrevoarem "próximo a um barco da Marinha dos EUA em águas internacionais", classificando a ação como "provocadora" e prejudicial às "operações contra o narcoterrorismo".
Trump, por sua vez, ameaçou abater aviões venezuelanos que coloquem os EUA "em uma posição perigosa".
Maduro afirmou que a Venezuela resistirá a qualquer agressão armada e pediu que Washington abandone planos de "mudança de regime violenta" na América Latina e no Caribe.
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