O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira (15) a que poderá intensificar as alegadas "ações contra cartéis de drogas em solo terrestre".
A declaração veio após um novo ataque de Washington contra supostos "narcoterroristas" da Venezuela no Mar do Caribe, classificado pelo país sul-americano como uma agressão.
"Notamos que não há mais barcos no oceano. Vemos que não há barcos. Sabem, da primeira vez que fomos, havia centenas de barcos. Agora não há nenhum. Pergunto-me porquê. Significa que já não estão a passar drogas", disse Trump em coletiva no Salão Oval. Ele sugeriu que pescadores podem ter reduzido atividades na região por receio de serem confundidos com traficantes.
"Agora, o que isso significa? Significa que não há drogas entrando pelo mar, mas sim por terra. E sabem o que estamos dizendo aos cartéis neste momento? Vamos detê-los também. Quando vierem por terra, vamos detê-los da mesma forma que detivemos os barcos", afirmou.
"No ano passado, 300 mil pessoas foram mortas em nosso país e não vamos permitir que isso aconteça novamente", completou.
Ameaças e tensões
O governo de Trump intensificou as tensões com a Venezuela no fim de agosto, com o envio de navios de guerra e tropas ao sul do Mar do Caribe, sob a justificativa de "combater o narcotráfico".
Nesse cenário, a procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, dobrou a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro, acusado, sem provas, de liderar um "cartel do narcotráfico".
Para Caracas, as manobras militares dos EUA como uma tentativa de forçar uma mudança política na Venezuela, visando o controle de seus recursos naturais.
- Em resposta, Nicolás Maduro convocou a população para se alistar na Milícia Bolivariana, visando fortalecer a defesa nacional.
- Apesar do conflito, Maduro se declarou aberto ao diálogo com Trump, desde que não seja sob a "diplomacia da canhoneira" do secretário de Estado, Marco Rubio.
- No dia 4 de setembro, o Pentágono acusou dois aviões militares venezuelanos de sobrevoarem "próximo a um barco da Marinha dos EUA em águas internacionais", classificando a ação como "provocadora" e prejudicial às "operações contra o narcoterrorismo".
- Trump, por sua vez, ameaçou abater aviões venezuelanos que coloquem os EUA "em uma posição perigosa".
- Maduro afirmou que a Venezuela resistirá a qualquer agressão armada e pediu que Washington abandone planos de "mudança de regime violenta" na América Latina e no Caribe.