O ex-presidente Michel Temer declarou na segunda-feira (16), durante sua uma entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, que uma anistia aprovada de forma unilateral pelo Congresso Nacional dificilmente terá eficácia. Para ele, qualquer discussão sobre anistia ou redução de pena relacionada aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro precisa ser conduzida em conjunto pelos três Poderes da República.
Temer afirmou que concorda com a posição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que ressaltou que "anistia não é sinônimo de paz". Segundo o ex-presidente, a anistia deve resultar de um "amplo acordo nacional", envolvendo o presidente da República, o presidente do STF, os líderes do Legislativo, representantes da sociedade civil e a oposição. Ele alerta que, caso o Legislativo decida sozinho, a medida será levada ao Supremo.
"Se for decretada a anistia, pelo Congresso, sem esse pacto nacional que eu estou dizendo... Se for só do Legislativo, vai ser levado ao Supremo. E nesse sentido o ministro Flávio Dino tem razão. Unilateralmente decretada a anistia, sem esse pacto, ela não dá resultado", afirmou Temer.