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Trump diz que forças dos EUA realizaram novo ataque contra supostos 'narcoterroristas' venezuelanos

Três homens morreram na ação, segundo o presidente norte-americano.
Trump diz que forças dos EUA realizaram novo ataque contra supostos 'narcoterroristas' venezuelanosAlex Brandon / AP

O presidente dos EUA, Donald Trump, informou nesta segunda-feira (15) que as forças norte-americanas realizaram um "segundo ataque cinético contra cartéis do narcotráfico e narcoterroristas" que, segundo ele, saíam da Venezuela e adentravam a área "sob responsabilidade do Comando Sul".

O mandatário afirmou em suas redes sociais que o ataque ocorreu em "áreas internacionais", enquanto os "narcoterroristas" transportavam narcóticos ilegais para território norte-americano. Trump ainda classificou os entorpecentes como uma "arma mortal que está envenenando americanos".

Segundo Trump, o "ataque" norte-americano "resultou na morte de três homens terroristas em combate", enquanto que "nenhum membro das Forças Armadas dos EUA ficou ferido".

O presidente publicou um vídeo do ataque, no qual se vê uma pequena embarcação, comumente utilizada para pesca artesanal, sendo marcada como alvo. Em seguida, a embarcação é atingida por um projétil de longo alcance e se incendeia. As imagens contestam a fala de Trump, o qual alegou que os atingidos foram "mortos em combate".

"Fique avisado - se você está transportando drogas que podem matar americanos, nós iremos caçá-lo!", advertiu, acrescentando que "as atividades ilícitas desses cartéis têm causado consequências devastadores nas comunidades americanas por décadas, matando milhões de cidadãos americanos".

Além disso, como já havia ocorrido em 2 de setembro, o presidente não especificou onde ocorreu a explosão do barco, além do procedimento utilizado para determinar que ele transportava drogas, sua proveniência ou sobre a filiação da tripulação a um determinado cartel de tráfico de drogas. 

"Assalto ilegal"

O anúncio do presidente norte-americano ocorreu após um barco pesqueiro venezuelano ter sido interceptado por um destróier dos Estados Unidos durante o fim de semana, na Zona Econômica Exclusiva da Venezuela, no sul do Caribe. Os tripulantes ficaram detidos por mais de oito horas, em um episódio classificado por Caracas como um "assalto ilegal".

No domingo (14), o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, denunciou que aviões dos EUA sobrevoam com frequência o espaço aéreo próximo ao território venezuelano sem notificar seus planos de voo, violando normas internacionais de segurança e aumentando o risco de acidentes.

Também no domingo, ao ser questionado sobre uma possível operação militar contra a Venezuela sob o argumento do combate ao narcotráfico, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, respondeu: "Vamos ver o que acontece".

A China reagiu às movimentações no Caribe com um posicionamento crítico. Em nota, Pequim afirmou que as ações norte-americanas "ameaçam a paz e a segurança regionais", violam a soberania de outros países e infringem o direito internacional.

Ameaças e tensões

O governo norte-americano, liderado pelo presidente Donald Trump, escalou militarmente as tensões com Caracas no final de agosto, quando a imprensa internacional divulgou a mobilização de navios de guerra e tropas militares ao sul do mar do Caribe, sob pretexto de "combate ao narcotráfico".

Naqule contexto, a procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, duplicou a recompensa por informações que levassem à prisão de Nicolás Maduro, sob acusação de líder um "cártel do narcotráfico".

Para Caracas, as manobras militares de Washington visam forçar uma mudança política na Venezuela, permitindo aos EUA se apoderar dos recursos naturais do país sul-americano.

  • Em resposta às hostilidades norte-americanas, Maduro convocou a população venezuelana para o alistamento voluntário, para compor as fileiras da Milícia Bolivariana para a defesa da soberania da nação.
  • Mesmo com o aumento das tensões, Maduro se mostrou aberto ao diálogo com Trump, desde que não seja baseado na "diplomacia da canhoneira" de seu secretário de Estado, Marco Rubio.
  • Na semana anterior, o Pentágono denunciou que dois aviões militares venezuelanos haviam sobrevoado "próximo a um barco da Marinha dos EUA em águas internacionais", qualificando a manobra como "provocadora" para interferir com suas "operações contra o narcoterrorismo" na região.
  • Posteriormente, Trump ameaçou derrubar aviões militares venezuelanos, caso colocassem aos EUA "em uma posição perigosa".
  • Enquanto isso, Maduro garantiu que o país passará à luta armada caso seja alvo de agressão. Nesse contexto, destacou que Washington "deve abandonar seu plano de uma mudança de regime violenta na Venezuela, e em toda América Latina e Caribe".