O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta segunda-feira (15) que os Estados Unidos estariam preparando um 'incidente militar' como justificativa para uma ofensiva armada contra seu país.
Segundo o mandatário, Washington baseia sua estratégia em 'puras mentiras' e relatos manipulados por organizações internacionais.
Durante coletiva de imprensa a veículos nacionais e estrangeiros, Maduro afirmou que o objetivo da Casa Branca é construir um dossiê que legitime uma escalada militar. "Com mentiras, fabricam um expediente para justificar um incidente militar e um ataque criminoso contra a Venezuela", declarou.
O presidente venezuelano rejeitou a narrativa de que existam "tensões" entre Caracas e Washington, afirmando que seu país é alvo de agressões sistemáticas. "Não é uma tensão, é uma agressão em toda a linha. Judicial, política, diplomática e, agora, militar", disse.
As declarações foram feitas após a interceptação de um barco pesqueiro venezuelano por um destróier dos Estados Unidos, na Zona Econômica Exclusiva da Venezuela, no sul do Caribe. Os tripulantes ficaram detidos por mais de oito horas. O governo de Caracas classificou o episódio como um "assalto ilegal".
No domingo (14), o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, denunciou que aviões dos EUA sobrevoam com frequência o espaço aéreo próximo ao território venezuelano sem notificar seus planos de voo, violando normas internacionais de segurança e aumentando o risco de acidentes.
Também no domingo, ao ser questionado sobre uma possível operação militar contra a Venezuela sob o argumento do combate ao narcotráfico, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, respondeu: "Vamos ver o que acontece".
A China reagiu às movimentações no Caribe com um posicionamento crítico. Em nota, Pequim afirmou que as ações norte-americanas "ameaçam a paz e a segurança regionais", violam a soberania de outros países e infringem o direito internacional.