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Maduro anuncia que diálogo com os EUA 'terminou'

O presidente venezuelano afirmou que a deterioração das relações se deve às "ameaças de bombas, morte e chantagem" de Washington.
Maduro anuncia que diálogo com os EUA 'terminou'Jesus Vargas / Gettyimages.ru

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (15) que os canais de comunicação com os Estados Unidos "estão rompidos", ao mesmo tempo em que alertou que o país caribenho sofre "uma agressão militar contínua".

"As comunicações com o Governo dos EUA estão rompidas, estão rompidas por eles, com suas ameaças de bombas, morte e chantagem", destacou, durante coletiva de imprensa.

No início deste mês, Maduro anunciou que Caracas possuía dois canais de comunicação com Washington, "danificados" e "deteriorados", porém agora os considerou encerrados.

"Não é assim que funcionamos, com ameaças e intimidações, nunca, jamais, haverá nada! E eles sabem disso. Assim, passaram de uma fase de relações de comunicação deterioradas para relações destruídas", afirmou o presidente venezuelano.

Ao responder outra pergunta, Maduro reiterou que "não é responsabilidade" de Caracas o rompimento das comunicações. No entanto, esclareceu que mantém "um contato básico" com o encarregado de Negócios, 'ad interim', do Escritório Externo dos EUA para a Venezuela, John McNamara.

Ameaças e tensões

O governo norte-americano, liderado pelo presidente Donald Trump, escalou militarmente as tensões com Caracas no final de agosto, quando a imprensa internacional divulgou a mobilização de navios de guerra e tropas militares ao sul do mar do Caribe, sob pretexto de "combate ao narcotráfico".

Naqule contexto, a procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, duplicou a recompensa por informações que levassem à prisão de Nicolás Maduro, sob acusação de líder um "cártel do narcotráfico".

Para Caracas, as manobras militares de Washington visam forçar uma mudança política na Venezuela, permitindo aos EUA se apoderar dos recursos naturais do país sul-americano.

  • Em resposta às hostilidades norte-americanas, Maduro convocou a população venezuelana para o alistamento voluntário, para compor as fileiras da Milícia Bolivariana para a defesa da soberania da nação.
  • Mesmo com o aumento das tensões, Maduro se mostrou aberto ao diálogo com Trump, desde que não seja baseado na "diplomacia da canhoneira" de seu secretário de Estado, Marco Rubio.
  • Na semana anterior, o Pentágono denunciou que dois aviões militares venezuelanos haviam sobrevoado "próximo a um barco da Marinha dos EUA em águas internacionais", qualificando a manobra como "provocadora" para interferir com suas "operações contra o narcoterrorismo" na região.
  • Posteriormente, Trump ameaçou derrubar aviões militares venezuelanos, caso colocassem aos EUA "em uma posição perigosa".
  • Enquanto isso, Maduro garantiu que o país passará à luta armada caso seja alvo de agressão. Nesse contexto, destacou que Washington "deve abandonar seu plano de uma mudança de regime violenta na Venezuela, e em toda América Latina e Caribe".