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Maduro dispara contra mobilizações dos EUA: 'Não é uma tensão, é uma agressão militar em andamento'

No fim de semana, um barco pesqueiro venezuelano foi interceptado por um destróier dos EUA em águas da Zona Econômica Exclusiva do país caribenho.
Maduro dispara contra mobilizações dos EUA: 'Não é uma tensão, é uma agressão militar em andamento'Gettyimages.ru / Jesus Vargas / Stringer

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ressaltou, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (15), que a atuação dos EUA no sul do mar do Caribe "Não é tensão, é uma agressão em andamento de caráter militar". O mandatário denunciou que o envio das tropas se baseia em "puras mentiras", já contestadas por relatórios da ONU, da União Europeia e até da própria DEA, agência antidrogas dos EUA.

Segundo Maduro, a presença do Exército norte-americano se sustenta em falsos argumentos para montar um dossiê "que justifique uma escalada, um incidente militar e um ataque criminoso contra a Venezuela".

No fim de semana, um barco pesqueiro venezuelano foi interceptado por um destróier dos EUA dentro da Zona Econômica Exclusiva da Venezuela. Os tripulantes ficaram detidos por mais de oito horas, o que gerou repúdio unânime em Caracas, que classificou o episódio como um "assalto ilegal".

No domingo (14), ao ser questionado sobre a possibilidade de ordenar ataques ao território continental da Venezuela sob o pretexto da "luta antidrogas", o presidente dos EUA, Donald Trump, respondeu: "Vamos ver o que acontece".

A postura norte-americana foi rechaçada por outros governos. A China afirmou que as ações dos EUA no Caribe "ameaçam a paz e a segurança regionais, violam gravemente a soberania e os direitos legítimos de outros países e ferem o direito internacional".

Ameaças norte-americanas

Desde agosto, os Estados Unidos intensificam as ameaças a Caracas, após a mídia internacional anunciar o envio de um destacamento militar ao sul do Caribe, sob a justificativa de enfrentar cartéis de drogas.

A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pamela Bondi, anunciou há algumas semanas o aumento da recompensa por informações que levem à prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro, acusado por Washington de chefiar um "cartel de drogas", alegação considerada infundada por Caracas.

Para o governo venezuelano, as medidas adotadas por Washington têm como real objetivo provocar uma mudança política no país e garantir o controle sobre seus recursos naturais.