
EUA estão realizando voos militares frequentes próximos à costa venezuelana, denuncia Caracas

Aviões dos Estados Unidos sobrevoam com frequência o mar do Caribe, próximo às costas venezuelanas, denunciou neste domingo (14) o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López.
''A maioria das vezes violam normas operacionais, porque não notificam seu plano de voo, podendo causar acidentes'', afirmou durante uma conferência sobre o balanço das operações e do desdobramento militar.
Segundo o ministro, os voos passaram de um padrão diurno para ações à noite e de madrugada. Em agosto, acrescentou, as operações de inteligência e reconhecimento contra o país sul-americano chegaram a triplicar.
Nesse contexto, o ministro informou que, na noite de sábado, foram detectados aviões de inteligência, aviões-tanque que abastecem em pleno voo, além de aeronaves RC-135, de ''reconhecimento e inteligência estratégica, projetadas para coletar informações em tempo real a até 200 milhas''.

Também têm sido identificados aviões Boeing E-3 Sentry, um sistema aerotransportado de alerta e controle, acrescentou. Trata-se de um posto de comando aéreo equipado com radar rotativo de longo alcance, capaz de realizar vigilância aérea e marítima, detecção eletrônica, bem como funções de comando, controle e comunicações.
Na mesma linha, destacou a detecção de um Boeing P-8 Poseidon, avião de patrulha marítima especializado em reconhecimento, vigilância e ataque a submarinos, equipado com radares, sonar de busca e sonar de fundo.
''Estamos preparados. Para cada voo temos uma ação. (...) Sabemos o que estão fazendo, sabemos o desdobramento que possuem no mar do Caribe. Com toda a intenção de provocar uma guerra no Caribe — uma guerra que nós, venezuelanos, não queremos, que os povos do Caribe não querem, que os povos da América Central não querem'', afirmou Padrino López.
A agência Reuters havia informado anteriormente que cinco caças F-35 dos Estados Unidos pousaram neste sábado emPorto Rico. A medida segue a ordem do presidente Donald Trump, dada na semana passada, para que 10 aviões furtivos reforcem a presença militar no Caribe, supostamente para combater os cartéis de drogas.
Tão 'falacioso' quanto armas de destruição em massa no Iraque
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que as acusações de tráfico de drogas contra seu país são uma mentira ''tão grosseira e falaciosa quanto dizer que o Iraque tinha armas de destruição em massa''. Nesse contexto, ele ressaltou que ''a Venezuela não é um país relevante em matéria de narcotráfico'' e destacou, citando dados da ONU, que toda a cocaína é produzida na Colômbia, que ''possui mais de 400 mil hectares de folhas de coca''.
Em entrevista exclusiva à RT, Maduro ainda acusou a governadora de Porto Rico, Jenniffer González, de transformar a ilha no epicentro da ''operação militar'' contra a Venezuela. Ele disse que o país bolivariano ''tem à frente oito navios de guerra, destróieres, no Caribe''.
''Nunca se tinha visto isso. Só se lembra algo parecido durante a crise de outubro de 1962, quando houve o bloqueio a Cuba'', observou o presidente venezuelano.
- Apesar do aumento das tensões, o presidente venezuelano se mostrou aberto ao diálogo com o presidente dos EUA, Donald Trump, desde que não seja imposta a ''diplomacia dos canhões'' de seu secretário de Estado, Marco Rubio.

