O sociólogo e cientista político Emir Sader afirmou, em entrevista à RT conduzida pelo ex-presidente do Equador, Rafael Correa, que o governo Donald Trump representa um "strip-tease da democracia americana".
Segundo ele, o presidente encerra a imagem dos Estados Unidos como modelo a ser seguido e contribui para a perda de influência global e enfraquecimento da hegemonia norte-americana, levando o país a recorrer mais ao uso da força para preservá-la.
Rafael Correa fez um contraponto, citando o ataque dos EUA, em 21 de junho, contra instalações nucleares do Irã e questionou se a hegemonia estaria em declínio. Para Sader, no entanto, a ação foi voltada ao público interno, para mostrar que "a violência vale a pena".
Ele acrescentou que, quanto mais os EUA se fragilizam, mais recorrem à força para manter sua liderança internacional.
- Em junho, os EUA bombardearam instalações nucleares em Fordo, Natanz e Isfahan com bombas antibunker. Em retaliação, Teerã atacou a base aérea americana de Al-Udeid, no Catar.
Ataque ao Irã condenado na ONU
A reação internacional foi marcada por críticas. Em 24 de junho, o representante da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse que as medidas violaram a Carta das Nações Unidas.
O governo do Japão também reagiu às falas de Trump, que comparou os ataques ao Irã aos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki.
O secretário-chefe do Gabinete, Yoshkmasa Hayashi, afirmou que eventos históricos devem ser avaliados por especialistas e destacou o impacto devastador das explosões de 1945, que custaram milhares vidas e provocaram uma grave crise humanitária.