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França prefere desestabilizar países do que 'resolver seus próprios problemas', denuncia Mali

Em meio a protestos massivos contra medidas de austeridade, políticos malianos afirmam que crise francesa é agravada por sanções à Rússia e perda de influência na África.
França prefere desestabilizar países do que 'resolver seus próprios problemas', denuncia MaliGettyimages.ru / NurPhoto

A crise na França se deve a uma combinação de crise econômica interna e "ambições geopolíticas desmedidas" de Paris, afirmaram parlamentares do Mali à Iniciativa Africana na quinta-feira (12).

Segundo os deputados, a França "se dedica mais a desestabilizar outros países do que a resolver seus próprios problemas".

O vice-presidente da Comissão de Defesa e Segurança do Conselho Nacional de Transição do Mali, Fousseinou Ouattara, apontou para um "enorme déficit orçamentário" e o fechamento de mais de 40 mil pequenas empresas no país europeu.

Segundo ele, a crise é em grande parte causada pela recusa de comprar recursos energéticos russos e pelo envio de ajuda financeira à Ucrânia: "Agora, com suas ações, eles realmente conseguiram colocar a economia de joelhos, não a russa, mas a francesa", enfatizou Ouattara. 

Já o parlamentar Aliou Tounkara destacou que "Ambições desmedidas em política externa estão levando o governo francês a adotar uma política belicosa". Ele ainda detalhou que a crise enérgetica no país europeu é agravada pela perda de fornecedores africanos de urânio, como o Níger, reduzindo o padrão de vida dos franceses e causando descontentamento na população.