Em agosto, as importações de carne brasileira na Rússia aumentaram 1,6 vezes em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a cerca de US$ 65 milhões de dólares. A informação foi divulgada nesta semana pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Entre os importadores de carne bovina do Brasil durante o último mês, a China se manteve na liderança das compras, com 161 mil toneladas (53,7% do total), gerando receita de US$ 894 milhões de dólares. O valor representa um aumento significativo de 48,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.
A Rússia veio logo em seguida, importando US$ 65 milhões. Em seguida, destacam-se países latino-americanos como o México (US$ 75,4 milhões) e o Chile (US$ 67,6 milhões), além da União Europeia (US$ 93,2 milhões).
Os Estados Unidos, por sua vez, registraram queda significativa na compra do produto brasileiro, cerca de 51,1% a menos em relação a agosto do ano passado. Mesmo assim, o país permanece sendo o segundo principal destino no acumulado do ano.
Exportações brasileiras em alta
Ainda de acordo com o relatório, no total do período o Brasil exportou 2,08 milhões de toneladas de carne bovina, um crescimento de 15% em comparação ao mesmo intervalo de 2024, o que resultou em uma receita de US$ 10,51 bilhões, 32,9% a mais do que no ano passado.
Brasil busca diminuir dependência dos EUA
Os dados mostram uma mudança no cenário comercial brasileiro em meio ao tarifaço imposto por Washington contra o Brasil, em julho deste ano. Com os atritos diplomáticos, o Brasil vem tentando diminuir a dependência de compradores norte-americanos e aumentar as relações com parceiros do BRICS.
- No início deste ano, o Vietnã firmou um acordo comercial com o Brasil, com foco em proteína animal e outros setores que englobam cooperação nas áreas de agricultura, mineração, energia, indústria e meio ambiente.
- Em agosto, o governo brasileiro anunciou a abertura de um novo mercado de carnes com a Indonésia, país considerado estratégico no comércio de proteína animal.
- A Argélia também entrou no mercado brasileiro de carnes, além de outros produtos como bens dos complexos sucroalcooleiro e da soja, cereais, farinhas e preparações.