Kremlin comenta histeria ocidental sobre exercícios militares conjuntos com Belarus

"São manobras planejadas, não são direcionadas contra ninguém", disse Dmitry Peskov.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou nesta quinta-feira (11) as preocupações do Ocidente sobre exercícios militares conjuntos entre Rússia e Belarus, chamados de Zapad-2025, que serão realizados entre 12 e 16 de setembro em território bielorrusso, ressaltando que o evento não é dirigido contra nenhum país terceiro.

"Os exercícios serão realizados, são exercícios planejados, não são dirigidos contra ninguém. Trata-se de continuar a cooperação militar e aperfeiçoar a interação entre dois aliados estratégicos", detalhou.

"Portanto, continuaremos com nossa linha, que não é segredo para ninguém, todos a conhecem bem. E, repito mais uma vez, todas essas ações não são dirigidas contra nenhum país terceiro", destacou Peskov.

Na semana passada, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, ameaçou Belarus com "medidas especiais" devido aos exercícios e declarou que seu país, juntamente com os aliados da OTAN, está se preparando para as manobras. Ele também acusou Moscou e Minsk de realizar manobras que "simulam um ataque, não uma defesa", repetindo assim a narrativa ocidental sobre o suposto plano da Rússia de atacar a Europa.

Incidente com drones

Antes do incidente com drones, o chefe do governo polonês já havia anunciado que fecharia sua fronteira com a Belarus à meia-noite do dia 11 de setembro por motivos de segurança relacionados às manobras militares.

A Polônia informou que suas forças detectaram na manhã da quarta-feira vários veículos aéreos não tripulados em seu espaço aéreo. Donald Tusk afirmou que as aeronaves eram do Exército russo. Segundo ele, foram detectados 19 aparelhos no total e confirmada a derrubada de três drones.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que, durante o ataque massivo da noite passada contra instalações do complexo militar-industrial ucraniano, não tinha por objetivo atacar alvos em território polonês, e indicou que o alcance máximo de voo dos drones utilizados na operação não ultrapassa os 700 quilômetros.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou, por sua vez, que esses "mitos" foram divulgados por Varsóvia para agravar ainda mais a situação em torno da Ucrânia. Ambos os ministérios russos mostraram-se dispostos a realizar consultas sobre o assunto com a Polônia.