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Quem foi Charlie Kirk, ativista conservador assassinado nos EUA?

O influenciador de 31 anos foi o fundador de uma grande organização conservadora e chegou a se reunir com Jair Bolsonaro 2023.
Quem foi Charlie Kirk, ativista conservador assassinado nos EUA?Gettyimages.ru / Joe Raedle

Charlie Kirk, ativista conservador de 31 anos famoso por promover debates políticos televisionados em universidades, foi baleado no pescoço nesta quarta-feira (10) em um evento público na Universidade do Vale de Utah, nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump confirmou sua morte através de uma postagem nas redes sociais.

O norte-americano ganhou maior destaque político em 2013, quando fundou o Turning Point USA, uma das principais organizações conservadoras estudantis dos EUA, que já registrou 81 milhões de dólares em receita. Um dos marcos da entidade é o Professor Watchlist, que lista professores acusados de "discriminar estudantes conservadores e promover propaganda de esquerda em sala de aula".

O coletivo adquiriu grande relevância em círculos conservadores, o que levou Kirk a fundar o Turning Point Action, voltado diretamente para campanhas eleitorais, incluindo as de Donald Trump à presidência em 2020 e 2024.

Dentre os políticos conservadores com quem Kirk se reuniu, consta o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que participou de um evento do coletivo Turning Point USA na cidade de Miami, na Flórida, em fevereiro de 2023.

Apesar de ter adquirido notoriedade com vídeos virais debatendo com estudantes universitários, Charlie Kirk estreou em outubro de 2020 seu programa diário de rádio, The Charlie Kirk Show. Segundo dados internos revelados à NBC News em 2024, o podcast registra entre 500 mil e 750 mil downloads diários.

Opiniões

Kirk defendia posições nacionalistas e conservadoras, afirmando, por exemplo, que não há evidências conclusivas sobre o aquecimento global e que suas causas ainda são desconhecidas, além de caracterizar a transgeneridade e a fluidez de gênero como ''mentiras que ferem pessoas e prejudicam crianças''.

O ativista também mantinha posições incisivas sobre imigração. Em 2021, chegou a defender a criação de uma milícia armada de civis para impedir que "invasores" do Haiti entrassem nos Estados Unidos e "reduzissem o número populacional de brancos" no país.

Em política externa, Kirk defendia que os Estados Unidos deveriam evitar conflitos externos e priorizar questões domésticas, criticando a linha de figuras mais belicistas, como o senador Lindsey Graham*, e se opondo, por exemplo, a ataques norte-americanos contra o Irã durante seu conflito com Israel.

Sobre o conflito na Ucrânia, o ativista afirmou que os principais beneficiados seriam o "complexo militar-industrial" e "os oligarcas da elite ucraniana". Em publicação nas redes sociais, chegou a descrever o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, como "uma criança ingrata e petulante, responsável por 1 milhão de mortes".

* Lindsey Graham é listado na Rússia como terrorista e extremista.