Washington aceitou o pedido do Governo do Níger para retirar as tropas norte-americanas que permanecem em seu território. O acordo foi alcançado entre o vice-secretário de Estado Kurt Campbell e as autoridades do Níger, disseram à Reuters na sexta-feira fontes familiarizadas com o assunto.
"O primeiro-ministro nos pediu para retirar as tropas americanas e concordamos em fazê-lo", informou um funcionário de alto escalão do Departamento de Estado ao The Washington Post, sob condição de anonimato.
As discussões sobre a logística da questão serão realizadas nos próximos dias. A esse respeito, autoridades do Governo do presidente Joe Biden revelaram ao The New York Times que mais de 1.000 militares retornarão aos Estados Unidos e que sua retirada ocorrerá nos próximos meses.
Recentemente, um oficial de alto escalão da Força Aérea dos EUA pediu ajuda para a retirada dos soldados, alegando que eles se tornaram "reféns" que são obrigados a "sentar e esperar" em suas bases militares, incapazes de cumprir sua missão antiterrorista ou retornar aos EUA.
Situação prevista
A decisão de Washington ocorre apenas um mês depois que o Conselho Nacional de Defesa da Pátria (CNSP), que governa o Níger desde o golpe de 26 de julho, rescindiu o acordo que permitia que militares e civis do Departamento de Defesa dos EUA mantivesse presença no território do Níger.
Os militares dos EUA operavam duas bases no Níger que custaram mais de 100 milhões e eram consideradas um importante centro de operações antiterrorismo. Desde 2018, ambas as instalações, uma delas uma das maiores bases dos EUA construídas em solo africano, têm sido usadas para atacar o Estado Islâmico* e uma afiliada da Al-Qaeda* na região do Sahel.
O Exército dos EUA operava duas bases no Níger que custaram mais de 100 milhões de dólares e eram consideradas um importante centro de operações de contraterrorismo.
Desde 2018, ambas as instalações, sendo uma delas uma das maiores bases dos EUA construídas em solo africano, têm sido usadas para atacar o Estado Islâmico* e uma afiliada da Al-Qaeda* na região do Sahel.
Nas últimas semanas, a Casa Branca tentou salvar acordos bilaterais de segurança e defesa com a junta militar nigerina, mas as conversas fracassaram em meio a protestos contra a presença militar dos EUA no país. Na semana passada, os manifestantes saíram às ruas da capital, Niamei, acompanhados por figuras importantes do regime militar e entoando slogans contra o "imperialismo dos EUA".
Os interesses dos EUA na África estão atualmente em um momento crítico. O Governo do Chade enviou uma carta ao adido de defesa dos EUA no país africano, ameaçando encerrar um acordo de segurança fundamental que forçaria suas tropas a deixar a base militar em Djamena, a capital do país.
* Reconhecido na Rússia como grupo terrorista