À RT, especialistas avaliam crise política na França: 'não se pode descartar a renúncia de Macron'

Politólogos afirmam que o presidente francês, que acaba de nomear seu quinto primeiro-ministro no mandato, terá dificuldade para formar um governo estável.

Dmitry Ezhov, professor associado da Universidade Financeira do Governo da Rússia, afirmou em entrevista à RT nesta quarta-feira (10) que "há grande probabilidade de a crise política na França continuar se aprofundando até as eleições presidenciais", acrescentando que a "renúncia de Macron" não está fora da mesa.

Para o especialista, a destituição de François Bayrou — terceiro primeiro-ministro a renunciar no segundo mandato de Macron — escancara o "alto nível de instabilidade política" na França.

"Neste contexto, torna-se problemático formar um governo que seja ao mesmo tempo efetivo e governável", prosseguiu. Nesta avaliação, concorda o politólogo Aleksandr Kamkin.

"É bastante provável que a nomeação do primeiro-ministro não seja aprovada logo na primeira tentativa. Pode-se esperar um agravamento adicional da crise do parlamentarismo na França", previu Kamkin em entrevista à RT.

Ele observa que o partido de Marine Le Pen, o "Reagrupamento Nacional", deve criticar duramente o primeiro-ministro indicado por Macron, Sébastien Lecornu, tornando a posição do presidente ainda mais difícil.