Dmitry Ezhov, professor associado da Universidade Financeira do Governo da Rússia, afirmou em entrevista à RT nesta quarta-feira (10) que "há grande probabilidade de a crise política na França continuar se aprofundando até as eleições presidenciais", acrescentando que a "renúncia de Macron" não está fora da mesa.
Para o especialista, a destituição de François Bayrou — terceiro primeiro-ministro a renunciar no segundo mandato de Macron — escancara o "alto nível de instabilidade política" na França.
"Neste contexto, torna-se problemático formar um governo que seja ao mesmo tempo efetivo e governável", prosseguiu. Nesta avaliação, concorda o politólogo Aleksandr Kamkin.
"É bastante provável que a nomeação do primeiro-ministro não seja aprovada logo na primeira tentativa. Pode-se esperar um agravamento adicional da crise do parlamentarismo na França", previu Kamkin em entrevista à RT.
Ele observa que o partido de Marine Le Pen, o "Reagrupamento Nacional", deve criticar duramente o primeiro-ministro indicado por Macron, Sébastien Lecornu, tornando a posição do presidente ainda mais difícil.
- O então primeiro-ministro da França, François Bayrou, apresentou sua renúncia após ser derrotado por 364 votos a 194 em uma moção de confiança no Parlamento, realizada na segunda-feira (8).
- O premiê perdeu apoio político depois de propor um plano de cortes de € 44 bilhões, que incluía o cancelamento de dois feriados e o congelamento dos gastos do governo.