O governo do Brasil, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenou nesta terça-feira (9) o "uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força" contra a democracia brasileira. Mais cedo, a Casa Branca afirmou estar disposta a utilizar o "poderio militar" norte-americano para "proteger a liberdade de expressão no mundo inteiro", ao comentar o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"O primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas", lê-se na nota divulgada pelo Itamaraty, ressaltando que os três Poderes da República "não se intimidarão por qualquer forma de atentado" à soberania do país sul-americano.
A chancelaria concluiu repudiando "a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais", em referência à atuação de figuras como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo, ambos com trânsito privilegiado em Washington e que defendem a anistia a condenados pelo 8 de janeiro.
Novas ameaças dos EUA
Nesta terça-feira (9), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, comentou em coletiva de imprensa sobre possíveis "medidas adicionais" contra o Brasil, classificado por Michel Shelonburgger como um país que impõe "censura" e "impede candidatos políticos de concorrer em eleições", em referência a Jair Bolsonaro, réu em processo por tentativa de golpe de Estado.
Embora não tenha anuncido novas ações contra Brasília, a funcionária ressaltou as "medidas significativas" impostas pelos EUA ''tanto na forma de sanções quanto pelo uso de tarifas''. Em seguida, afirmou que o presidente Donald Trump está pronto para ''usar o poderio econômico e militar dos EUA para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo''.