EUA orquestrou operação para justificar escalada militar contra Venezuela, denuncia ministro da Defesa

Tática imperialista? Segundo Vladimir Padrino López, o governo Trump considera infligir dano a um próprio helicóptero para justificar ações futuras.

O governo da Venezuela denunciou nesta terça-feira (9) a existência de uma campanha nas redes sociais, atribuída a "setores da extrema direita local", que teria o objetivo de divulgar falsamente a "presença de um helicóptero dos EUA" perto de sua costa insular.

Segundo comunicado assinado pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, a manobra poderia abrir espaço para que "as próprias forças militares dos EUA inflijam danos à aeronave mencionada", com o objetivo de "provocar e fabricar um incidente ou falso positivo".

O texto afirma ainda que "o exposto acima serviria de pretexto para justificar uma escalada de agressão militar contra nossa nação, assim como o imperialismo norte-americano fez em outros episódios históricos, como o do Golfo de Tonkin, em 1964, em que foi alegado que seus navios haviam sido atacados por unidades flutuantes norte-vietnamitas, a fim de justificar um aumento de sua participação na guerra daquele país".

As autoridades venezuelanas sustentam que essa medida "faz parte das operações psicológicas contempladas no roteiro de guerra tradicional dos EUA , projetado para criar cenários fictícios como pré-condição para intervenções armadas".

"Desculpa fatídica"

Padrino ainda cita no documento que a eventual agressão militar dos EUA estaria abrigada  "sob a desculpa fatídica da 'luta contra o narcotráfico'", mas "na realidade" buscaria "uma mudança forçada de regime na Venezuela, o que por sua vez arrastaria a região para um conflito com consequências imprevisíveis".

"Rejeitamos categoricamente e exigimos o fim dessas ações belicistas e de guerra cognitiva orquestradas pelo Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e Mauricio Claver-Carone, que buscam gerar desestabilização e ansiedade na população", diz o documento. 

Concluindo, o comunicado ressalta que, em consonância com as instruções do presidente Nicolás Maduro, as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas seguem a "tradição pacifista do Estado venezuelano". Ao mesmo tempo, reforça que o país mantém "a irredutível determinação de defender sua integridade territorial com firmeza e serenidade, em perfeita fusão popular-militar-policial, para garantir a liberdade, a soberania e a independência da Pátria".