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Em entrevista exclusiva à RT, Maduro aponta qual é o principal cartel da droga no mundo

"Existe um cartel do Norte, que é clandestino. 85% dos bilhões obtidos anualmente com o tráfico internacional de drogas estão em bancos dos Estados Unidos", afirmou o líder venezuelano.
Em entrevista exclusiva à RT, Maduro aponta qual é o principal cartel da droga no mundoRT

Em entrevista ao ex-presidente equatoriano Rafael Correa no programa "Conversa com Correa" da RT, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comentou a invasão de navios da Marinha dos EUA no sul do Mar do Caribe.

Segundo ele, Washington usa o combate ao tráfico de drogas apenas como pretexto, situação que agravou as relações entre os dois países.

Maduro afirmou que o verdadeiro alvo dos EUA são os recursos de petróleo e gás da Venezuela, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo e a quarta maior de gás. A declaração foi uma resposta às acusações da Casa Branca sobre o suposto "Cartel do Sol".

"Existe um cartel do Norte, que é clandestino. 85% dos bilhões de dólares obtidos anualmente com o tráfico internacional de drogas estão em bancos dos Estados Unidos. É lá que está o cartel, que o investiguem e o desmantelem", disse.

"Lavagem de dinheiro. Se você quer combater o tráfico de drogas, acabe com a evasão fiscal", acrescentou o presidente venezuelano.

Ele ainda afirmou: "Analisei os dados fornecidos pelo vice-presidente e considero que os bancos dos Estados Unidos, os bancos legais, movimentam mais de 500 bilhões de dólares por ano. Se eles querem investigar o cartel, que investiguem o cartel no Norte, porque é de lá, dos Estados Unidos, que todo o tráfico de drogas na América do Sul e no mundo é controlado. Eles também controlam o tráfico de ópio. É nos Estados Unidos que estão as máfias, os verdadeiros cartéis."

Tensão crescente 

  • Em agosto, a mídia internacional anunciou o deslocamento de tropas americanas para o sul do Caribe para combater cartéis de drogas. A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pamela Bondi, dobrou a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro sob a acusação infundada de liderar um cartel de drogas.
  • Após o anúncio das operações dos EUA no Caribe, Maduro convocou o recrutamento em massa de milícias durante dois fins de semana consecutivos. Segundo dados oficiais, 8,2 milhões de pessoas responderam ao apelo.
  • Caracas declarou que as ações hostis dos EUA têm como objetivo desferir um "ataque militar terrorista" para derrubar Maduro, chamando o envio de tropas por Washington de "ameaça" à paz na Venezuela e na região.
  • Apesar do aumento das tensões, Maduro disse que os canais diplomáticos com os EUA, ainda que "deficientes", ainda existem e mostrou-se disposto a dialogar com seu homólogo norte-americano, Donald Trump, desde que o secretário de Estado Marco Rubio não imponha uma "diplomacia dos canhões".
  • Na última quinta-feira, o Pentágono afirmou que dois aviões militares venezuelanos sobrevoaram "perto de um navio da Marinha dos EUA em águas internacionais", o que considerou uma ação "provocadora" destinada a interferir nas suas "operações de combate ao narcotráfico" na região.

  • Posteriormente, Trump ameaçou derrubar os aviões militares venezuelanos se eles colocassem os EUA "em situação de perigo".

  • Enquanto isso, Maduro declarou que o país passaria à luta armada se fosse alvo de agressão. Nesse contexto, ele observou que Washington "deve abandonar seu plano de mudança violenta de regime na Venezuela e em toda a América Latina e no Caribe".